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Danilo Sardinha
Humorista foi lateral-esquerdo do Tricolor nas categorias de base e, anos depois, frequentou os vestiários da equipe em vésperas de conquistas importantes do clube.
(Foto: Danilo Sardinha/GloboEsporte.com)
As conquistas do São Paulo com o ex-técnico Telê Santana, no início dos anos 1990, são guardadas com carinho pelo humorista Ivanildo Gomes Nogueira, mais conhecido como Batoré. São-paulino, ele participou de forma indireta de muitas delas.
A convite do ex-técnico Telê Santana, Batoré frequentou as concentrações do São Paulo nas vésperas de jogos decisivos do time. Segundo ele, fez shows de humor antes de cinco finais que o Tricolor disputou, como do Campeonato Brasileiro de 1991.
– O show de humor atinge o psicológico do jogador. Por exemplo: o jogo era amanhã, eu jantava com os jogadores e, depois do jantar, eu fazia um show para eles lá. Os caras iam dormir com a cabeça mais leve. O humor tira esse peso. Rindo, você extravasa. Acaba esquecendo a preocupação que você tem com a decisão amanhã – contou o humorista, de 55 anos, que ficou conhecido com o personagem Batoré no programa “A praça é nossa”, do SBT.
O humorista afirma que não cobrava cachê para fazer as apresentações, que seguiam a linha do hoje conhecido como stand-up comedy (comédia em pé).
– Eu não era o Batoré ainda nessa época. Estava iniciando a minha carreira de humorista. No dia em que fui fazer o primeiro show, fui em um jantar. Ninguém sabia quem eu era. É complicado você fazer uma apresentação para quem você é fã. Meus ídolos estavam todos ali. O Telê com duas Copas do Mundo, o Moraci com quatro. Lembro que o Bernardo falou: “Ivan, você sempre faz show sozinho?”. Disse: “Não. Às vezes, vai alguém assistir” (risos). Daí me senti mais solto – relembrou.
lateral medíocre
Batoré é torcedor do Tricolor desde quando chegou em São Paulo, com 11 anos. Antes, torcia para o Santa Cruz-PE. A paixão pelo clube do Morumbi ficou mais forte quando vestiu a camisa do time nas categorias de base, aos 14, por um ano.
– Eu era um lateral medíocre. Um lateral razoável. Eu deveria ter virado técnico, porque os jogadores medíocres, como o Felipão e o Luxemburgo, se deram bem (risos). Mas têm também as controvérsias. Por exemplo: o Muricy foi craque e é um excelente técnico. Minha carreira no futebol foi curta, mas a minha paixão pelo futebol é eternizada – disse o humorista, que encerrou a carreira aos 21 anos após uma contusão.
– Fiquei um ano só no São Paulo. Meu técnico foi o Seu Celso. Acho que ele nem deve estar vivo mais. Se está vivo, deve ter muito desgosto de ter sido meu técnico. Mas, na época, você tinha que trabalhar para ajudar a criar os irmãos. Eu já fui pobre, hoje sou miserável (risos) – brincou.
A paixão pelo São Paulo, Batoré passou para os filhos. No confronto entre Corinthians e São Paulo, pelo Paulista Sub-20, estava acompanhado de um deles. Com bom humor, lembra dos momentos que o Tricolor lhe proporcionou.
– Sou são-paulino. Acompanho, mas não sou fanático. Gosto do bom futebol. (…) São muitos jogos (marcantes). Tem uma Libertadores que disputamos a final no Morumbi. O São Paulo ganhou. Foi um jogo marcante. Entrei no vestiário do São Paulo e os caras me jogaram embaixo do chuveiro, com documentos, máquina de tirar foto… – contou.
Batoré atualmente reside em Mauá e não trabalha mais em programas de televisão. Porém, ainda faz shows de humor em eventos.