São Paulo tem “dia D” para renúncia de Aidar; Leco articula sucessão

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GloboEsporte.com

Marcelo Hazan

Mandatário terá reunião com ex-diretores para dar versão sobre acusações de Ataíde e entregar cargo; presidente do Conselho conversa com grupo e inicia pacificação.

Aidar São Paulo (Foto: CARLA CARNIEL - Agência Estado)

Aidar se reúne com diretores nesta terça para entregar o cargo (Foto: Carla Carniel/Agência Estado)

Carlos Miguel Aidar promete encerrar nesta terça-feira sua segunda passagem pela presidência do São Paulo. Ele vai se reunir com ex-diretores que renunciaram, além de líderes de partidos políticos, no fim da tarde, no Morumbi, para dar sua versão sobre as acusações apresentadas por e-mail pelo ex-vice de futebol, Ataíde Gil Guerreiro.

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Depois, entregará seu cargo, que passará a ser ocupado por Carlos Augusto de Barros e Silva, o Leco, presidente do Conselho Deliberativo. Pelo estatuto do clube, Leco terá 30 dias para convocar nova eleição, da qual pretende participar e é candidato favorito, mas possivelmente não único.

Na última segunda-feira, Leco fez uma reunião com o grupo “Legião Tricolor”, do qual Ataíde faz parte, para alinhar pensamentos e começar a articular sua sucessão até abril de 2017. Sem a participação do ex-vice de futebol, ele recebeu sinalização de apoio e dois pedidos: a restituição das diretorias sociais do clube, independentemente de partidos políticos, e a composição da nova cúpula em conversa alinhada com a oposição – Marco Aurélio Cunha, do grupo “Clube da Fé”, foi opositor na última eleição e também aprova o nome de Leco.

O apoio do grupo de quase 30 conselheiros está condicionado à não inclusão de nenhum membro do núcleo de poder da gestão Aidar, como por exemplo o ex-vice de marketing Douglas Schwartzmann, citado no e-mail de Ataíde – o “Movimento São Paulo” quer que ele seja inocentado das acusações.

A partir de agora, os encontros com grupos políticos podem virar rotina para Leco, visto como nome ideal para compor uma nova diretoria com diferentes correntes e amenizar a crise política.

Por outro lado, os grupos “Vanguarda”, “Força São Paulo” e “Movimento São Paulo”, com os principais aliados de Aidar, formaram a aliança “Governabilidade”. Eduardo Alfano, ex-diretor de relações internacionais, é cotado, mas diz não ter nenhuma intenção de concorrer ao pleito. Paulo Amaral, ex-presidente, é outro nome possível. Fernando Casal de Rey, presidente de 94 a 98, afirma não querer entrar na disputa, mas não descarta participação. José Eduardo Pimenta, que presidiu o clube de 90 a 94, também recebe menções nos bastidores.

No total, o Conselho Deliberativo do São Paulo tem 240 membros, sendo 160 vitalícios e 80 eleitos. Em caso de disputa eleitoral, a expectativa é de aproximadamente 180 conselheiros votantes. Para vencer o pleito, é necessário ter maioria simples de votos. Ou seja, 50% mais um.

Se confirmada, a iminente renúncia de Aidar não será única na história tricolor. Em 1938, Cid Mattos Vianna também entregou seu cargo, uma semana após substituir Frederico Menzen, que também renunciou. À época, o clube passava por uma crise técnica e administrativa, por conta da busca por terrenos para construir seu estádio.