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Marcelo Hazan e Tossiro Neto
Depois do título do Campeonato Paulista de 2000, com duas finais no Morumbi, Tricolor caiu seis vezes para o rival da Copa do Brasil em confrontos de mata-mata.
Rogério Ceni faz seus dois últimos jogos contra o Santos: em 2000, brilhou (Foto: Miguel Schincariol)
Os dois próximos confrontos com o Santos, pela semifinal da Copa do Brasil, serão os últimos da carreira de Rogério Ceni. O goleiro de 42 anos, que se aposentará em dezembro, tem a chance, portanto, de ajudar a acabar com um longo tabu antes de encerrar sua carreira: nos últimos seis duelos de mata-mata contra o rival, o São Paulo foi eliminado.
Foram quatro vezes no Campeonato Paulista (semifinais de 2010, 2011, 2012 e 2015), uma nas oitavas de final da Copa Sul-americana de 2004 e uma nas quartas de final do Brasileiro de 2002. A última vitória são-paulina foi na decisão estadual de 2000, quando Ceni atuou. Viu de perto a primeira vitória e teve atuação fundamental na segunda partida final para a conquista do título.
Os dois jogos foram no Morumbi. O primeiro, com mando de campo santista, foi num sábado, dia 10 de junho, quando França precisou de apenas 44 segundos para abrir o placar. O atacante recebeu passe na meia-lua, chutou de bico e balançou a rede da meta defendida por Carlos Germano. O triunfo por 1 a 0 dava ao São Paulo a vantagem de perder por até um gol de diferença no domingo seguinte.
Apesar de boas defesas de Ceni desde o apito inicial, o Santos começou ganhando o segundo duelo. Após cabeceio de Dodô, um desvio em Belletti resultou em gol contra. Mas, ainda no primeiro tempo, o goleiro-artilheiro são-paulino cobrou falta com perfeição, no canto esquerdo alto. A bola ainda tocou o travessão antes de quicar dentro do gol e assegurar o empate ao menos antes do intervalo.
No segundo tempo, porém, Ceni ficou frente a frente com Rincón, em pênalti sofrido pelo próprio colombiano, e não conseguiu defender a cobrança. Se o revés parcial era o limite para ser campeão, o São Paulo findou o sonho rival em outra ótima cobrança de falta, aos 23 minutos. Desta vez com o meia Marcelinho Paraíba, hoje no Joinville, no ângulo direito. Foi o gol do título, principalmente porque o rival, com a expulsão do volante Ânderson Luís, não conseguiu reagir (veja o vídeo do segundo jogo abaixo).
O comandante do São Paulo era Levir Culpi, por quem Ceni nutre grande admiração até hoje. É do goleiro o prefácio do livro do atual técnico do Atlético-MG. Do presidente da época, não se pode dizer o mesmo. Era Paulo Amaral, que no ano seguinte afastou o goleiro. Quinze anos depois, ele ressurgiu como possível candidato à próxima eleição, mas recuou dias depois de ser ignorado em entrevista do agora capitão.
Na terça-feira, véspera da primeira semifinal da Copa do Brasil contra o Santos, o goleiro-artilheiro ensaiou cobranças de falta no CT da Barra Funda na companhia de um meia. Não Marcelinho Paraíba, atualmente jogador do Joinville, mas Paulo Henrique Ganso. Antes de se aposentar, o camisa 1 sonha com pelo menos mais um gol.