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Em julho de 2011, o São Paulo anunciava a contratação de um jovem meia argentino, que acabava de brilhar na Copa Libertadores com a camisa da Universidad Católica-CHI. Além disso, o jogador chegava sob a alcunha de ser ‘o novo Riquelme’, por estilo de jogo semelhante ao do craque argentino.
Quatro anos se passaram e Marcelo Cañete não decolou como esperado. Neste segundo semestre, contudo, o meia finalmente encontra uma regularidade no futebol brasileiro, bem distante, porém, da cidade de São Paulo. Cañete é o camisa 10 e principal armador do CRB, time que é o 11º colocado da Série B.
“Não conhecia o time, mas pensei que o melhor para mim era jogar. Queria me afastar do São Paulo, estava me atrapalhando, infelizmente não consegui demonstrar meu futebol lá. Consegui uma sequência de jogos, a maior nestes quatro anos”, afirmou o meia ao ESPN.com.br
Demonstrar seu valor nesssa reta final da Série B dificilmente vai levar o time alagoano para o acesso (“está muito longe”, confessa o argentino), mas fará com que ele possa concretizar seu grande objetivo em 2016: voltar a um grande clube do Brasil.
“O objetivo é esse. Quero estar em alto nível e competir, brigar por Sul-Americana, Libertadores, essas coisas. Sei que posso melhorar mais. Mas estou contente e cada vez mais confiante para brilhar no próximo ano”, declarou o jogador.
Após rescindir seu contrato com o São Paulo, Cañete assinou contrato de três anos com o São Bernardo, estando emprestado ao CRB até dezembro. A vida em Maceió, segundo o argentino, está muito boa.
“Sobre Maceió já tinha escutado, por causa do Souza, que passou pelo São Paulo e sempre falava. Aqui é um paraíso, muito bonito, tem muitas coisas para fazer e é cidade tranquila. Já falei para vários amigos na Argentina, todo mundo quer vir pra cá”, brincou o atleta.
Apesar de não deslanchar, Cañete não guarda mágoas do São Paulo, ressaltando que as lesões foram o principal motivo para o meia não render no tricolor. Sobre a cidade, ele afirmou que a adaptação foi muito rápida, com exceção do trânsito da capital, que rendeu uma história engraçada.
“Quando comprei um carro, era só atravessar a ponte para chegar no CT do São Paulo, mas me perdi e fui parar no shopping Iguatemi. Deixei o carro lá e peguei um táxi…cheguei atrasado no treino, deu tudo errado”, relatou o argentino.
Riquelme gostava de mim…ainda bem
“Comentavam sim, porque passei por seleção de base, e tal…então comparavam. Mas nunca foi uma pressão para mim, e sim satisfação, já que é meu ídolo.” Assim Cañete define seu período como ‘novo Riquelme’ no Boca Juniors.
Para o hoje camisa 10 do CRB, Riquelme é um gênio dentro de campo, mas um gênio de difícil relacionamento. “Tudo que ele fazia era incrível. Era capaz de armar uma jogada e deixar você na cara do gol sem que você houvesse pensado naquela jogada. Ele tinha personalidade muito forte, brigava com a diretoria por toda comodidade dos jogadores e, se ele não gostasse de você, nunca conversava nem dava bom dia.”
E Riquelme gostava de Cañete? “Gostava, graças a Deus, se não estava na base até agora”, ressaltou o ‘pupilo’. Torcedor fanático do Boca Juniors, Cañete se arrepende de não ter passado mais tempo entre os profissionais do clube de coração.
“O treinador falou que queria contar comigo, mas como vou jogar na posição do Riquelme? Nem se tivesse só com uma perna eu jogaria no lugar dele. Então surgiu a Católica, ia jogar Libertadores, e por isso fui. Gostaria de ter jogado mais, não tem coisa mais maravilhosa. Entrar na Bombonera é como estar no céu, não dá para explicar, é um sonho”, finalizou.