Direção explica saída de Doriva e quer técnico com “perspectiva de títulos”

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GloboEsporte.com

Marcelo Prado

Diretor executivo Gustavo Vieira de Oliveira diz que busca por vaga na Libertadores e planejamento para 2016 motivaram saída do técnico. Clube avalia outros nomes.

A diretoria do São Paulo se pronunciou nesta terça-feira pela manhã, no CT da Barra Funda, sobre a demissão do técnico Doriva, anunciada na segunda à noite. Em entrevista coletiva, o diretor executivo de futebol Gustavo Vieira de Oliveira disse que a medida foi tomada para ainda tentar conseguir uma vaga na Taça Libertadores e dar início ao planejamento do próximo ano. Doriva não fazia parte dele.

– Podemos definir as razões que levaram a saída do Doriva em dois aspectos: a vaga na Libertadores e o planejamento de 2016. A partir do momento em que definimos que ele não continuaria em 2016, nada mais justo do que ele ser o primeiro a saber – afirmou.

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O dirigente evitou falar em nomes para ocupar a vaga e garantiu que não há um consenso. Os mais cotados são Cuca, Diego Aguirre e Paulo Autuori. Enquanto o novo técnico não é contratado, o São Paulo será dirigido pelo auxiliar Milton Cruz, agora com a missão de classificar o time para a Taça Libertadores.

– O Milton vai continuar até o fim do ano, confiamos nele, é o profissional que sempre quando chamado dá resultado. Confiamos e botamos fé que teremos chance de buscar nosso objetivo. Nomes já existem, temos algumas informações. O processo se iniciou ontem e ainda vai amadurecer, sendo debatido internamente – disse Oliveira.

Veja como foi a entrevista coletiva:

Gustavo Vieira de Oliveira São Paulo (Foto: MARCELO D. SANTS/FRAMEPHOTO/ESTADÃO CONTEÚDO)
Gustavo Vieira de Oliveira, no CT (Foto: Marcelo D. Sants/Framephoto/Estadão Conteúdo

SOBRE A SAÍDA DE DORIVA
“Podemos definir as razões que levaram a saída do Doriva em dois aspectos: a vaga na Libertadores e o planejamento de 2016. A partir do momento em que definimos que ele não continuaria em 2016, nada mais justo do que ele ser o primeiro a saber”.

MAIS DORIVA
“Uma coisa é o desempenho dele nesse curto espaço de tempo e também pelas observações que fizemos do trabalho dele. Não tem nada errado, mas queríamos outra coisa. Para 2016, queremos alguém que nos traga uma perspectiva de títulos, que seja capaz de ajudar na montagem e incremento do elenco dentro da situação financeira.”

LIGAÇÃO ENTRE DORIVA E AIDAR
“Não pesou. Se tem algo que eu prezo dentro de um clube de futebol é a meritocracia. O profissional que está aqui não é por ser amigo e sim por ter mérito, por trabalhar. Isso não acontecerá enquanto estiver aqui.”

DEMISSÃO POR MAU DESEMPENHO
“Essa situação se aplicou por uma questão que tivemos de combinar o objetivo de Libertadores e liberdade para buscar um novo comando técnico para 2016. Quisemos respeitar o Doriva e não fazê-lo sem que ele fosse o primeiro a saber”.

NOVO TÉCNICO
“O Milton vai continuar até o fim do ano, confiamos nele, é o profissional que sempre quando chamado dá resultado. Confiamos e botamos fé que teremos chance de buscar nosso objetivo. Nomes já existem, temos algumas informações. O processo se iniciou ontem e ainda vai amadurecer, sendo debatido internamente”.

TÉCNICO ESTRANGEIRO
“Não excluímos nada. Só precisamos entender um pouco o momento do clube. Há alguns meses, diferente do que quando buscamos o Osorio, vejo que hoje o elenco precisa de um incremento. Treinador tem hora certa. Não excluo, mas hoje o cenário é diferente.”

REFORMULAÇÃO DO ELENCO
“A análise preliminar é que precisamos encorpar o elenco. Temos posições que merecem ser preenchidas, ter algumas características de perfis de atletas. Entradas e saídas são normais, mas trabalho mais com entradas.”

O QUE ESPERAR DE 2016
“O profissional que vier tem de entender qual a nova realidade do clube e ter um estilo que vá de encontro ao jeito que o clube é administrado. O primeiro objetivo é sempre títulos. Nossa responsabilidade é essa”.

ROGÉRIO CENI PODE SER O TÉCNICO?
“O Rogério tem talvez a maior história de um atleta no clube. Ele está diariamente conosco, faz parte do processo de condução do futebol. Para 2016, nunca tive uma conversa com ele sobre suas ambições. Diante disso, não considero um nome, não pela falta de capacidade, mas sim por não saber quais são suas ambições. O primeiro passo é entender quais são os objetivos”.

MUDANÇAS NO CLUBE
“Inegável que o ano de 2015 não foi dos sonhos do torcedor. Ocorreu uma série de acontecimentos que provocaram mudanças de treinadores. E isso certamente implicou em campo. Não é o que pretendemos repetir a partir do ano que vem. Queremos um comando que busque na continuidade, que não faça mudanças a curto prazo, que enfrente os problemas”.

QUALIDADE DO ELENCO
“Temos profissionais que devem o tempo todo pensar na formação e em mudanças do elenco. Temos convicções que são institucionais e também daquelas de trabalho do dia a dia”.

PRÊMIO POR VAGA NA LIBERTADORES
“A minha avaliação pessoal é que, após tudo que aconteceu, a equipe ter conquistado uma semifinal de Copa do Brasil e ter chance de G-4 no Brasileiro, mostra que a instituição é forte. Outras equipes tiveram mesmos problemas com resultados piores. É mérito dos atletas, que foram muito guerreiros e, na medida do possível, comprometidos. Não tenho dúvida disso”.

SOBRE RECEBER COMISSÃO NA VENDA DE ATLETAS
“Não vou receber comissão sobre venda de jogadores. Nesse meu retorno ao clube, fui demandado a pensar na forma de remuneração que contemplasse também um elemento variável sobre o que eu venha a produzir. Alguns modelos estão sendo pensados. É preciso ter calma para que se faça exatamente o que estão pensando. Essa remuneração tem de ser feita exatamente sobre o exatamente que for traçado. Não haverá nada sobre transferências de atletas. Isso está em aberto”.

 Nomes já existem, temos algumas informações. O processo se iniciou ontem e ainda vai amadurecer, sendo debatido internamente
Gustavo Vieira de Oliveira

MAIS SOBRE COMISSÕES
“Estamos discutindo essa questão. Para mim, o que mais me estimula é ter a premiação por resultados esportivos alcançados”.

REFORMULAÇÃO COM VAGA NA LIBERTADORES
“Nosso objetivo como elenco, seja com ou sem a Libertadores, é buscar resultados esportivos. Hoje, nosso trabalho contempla a Libertadores de 2016. Se isso ajuda ou atrapalha na vinda de atletas, não é o momento de analisar. Só podemos fazer isso após o objetivo conquistado ou não”.

ELENCO SEM REFERÊNCIAS EM 2016
“Ao mesmo tempo em que existe dificuldade de perder atletas importantes, é o desafio fazer mudanças no elenco. É um desafio suprir essas perdas no aspecto técnico, no aspecto de representatividade com a torcida, no aspecto de liderança. Em 2016, precisaremos recuperar a autoestima do torcedor são-paulino. Esse será um dos nossos objetivos”.

PAGAR MULTA PARA CONTRATAR TÉCNICO EMPREGADO
“O ideal é não pagar, mas cada caso é um caso”.

INTERESSE EM LUGANO
“Vivo pedindo aos meus superiores que não analisem nomes que pensem em trazer. O que interessa para nós, para instituição, é a negociação feita e não como ela está. É o estilo que pretendo fazer. O Lugano tem uma história gigante no clube, deixou um encanto em muitos são-paulinos e deve ser respeitado.”

ERROS DO CLUBE
“É uma discussão ampla. Com tudo que nos vimos dentro do futebol, com tudo que conheço, atingimos alguns resultados parciais importantes. Há pontos positivos que não podemos negar. Temos observar o que aconteceu para estimula-los. Temos de entender também os pontos negativos, ver o que acontecer, houve reflexo dentro do futebol”.

Gustavo Vieira de Oliveira São Paulo (Foto: Marcelo Prado)Gustavo Vieira de Oliveira fala em entrevista coletiva no CT da Barra Funda nesta terça-feira (Foto: Marcelo Prado)

ACERTOS E FALHAS NA MONTAGEM DO GRUPO
“Quando você conduz o futebol está sujeito a acertos e erros. Eu, assim, como qualquer um, cometo erro, e é preciso fazer avaliação e enfrentar internamente o debate para buscar correções. Temos de pensar no elenco de forma dinâmica. Não existe elenco só de 2013, só de 2014, só de 2014. O 13 é base para o 14, que merece ser ajustado para 15 e assim vai. Quanto menos você mexe, maior a sua chance de sucesso. O Ricardo Oliveira foi desejado e, num processo de decisão institucional, pelo vínculo que ele tinha com o Santos, houve uma conversa. da qual não participei, que deveria se manter as relações clubísticas”.