Muricy: São Paulo nem Inter me procuraram

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BandEsporte.com.br

Treinador garante que as diretorias do Colorado e do Tricolor não o contataram para a próxima temporada.

Muricy garante que não foi procurado pelo São Paulo - Maurício Rummens/Fotoarena/Folhapress

Muricy garante que não foi procurado pelo São Paulo Foto: Maurício Rummens/Fotoarena/Folhapress

Muricy Ramalho mal voltou da Espanha no sábado, onde fez um estágio no Barcelona a convite de Neymar e familiares, e já começaram as especulações de que poderia assumir dois times que já comandou: São Paulo e Inter.

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No entanto, ele garantiu que não foi procurado tanto pela diretoria do Tricolor quanto do Colorado.

“Não fui procurado. Foi só aquela vez e quem tornou público foi o Internacional, porque não acho isso legal. Dessa vez não é verdade. Não conversei com ninguém, mas somos amigos. Não conversei com  ninguém, mesmo porque o trabalho do Argel está sendo muito bem feito desde que assumiu”, disse em entrevista exclusiva à Rádio Bandeirantes, de Porto Alegre.

O treinador também se mostrou irritado com essa postura de especulações de que voltaria ao São Paulo. “O São Paulo tem um técnico que chegou agora. Infelizmente a nossa cultura é uma loucura. Se tivesse perdido agora poderia ter saído. Tem que respeitar um pouco isso, senão não vamos defender nunca uma ideia ou maneira de jogar”, esbravejou.

Sem citar clubes, no entanto, Muricy garantiu que despertou interesses de outros times. “Desde que eu parei recebi seis convites, mas tinha o pensamento de ficar parado um pouco, se recuperando da saúde e depois estudando como eu fiz. Existem consultas, mas nada de especial”.

Barcelona

Muricy Ramalho ficou impressionado com o que viu no Barcelona e diz que não é à toa que tem sucesso em tudo.

“Eu queria ter essa liberdade. Não queria só passar por lá. É muito restrito, fechado. São para poucas pessoas olhar treinamento. A imprensa só tem 15 minutos antes do jogo. Pelo Neymar e família me aproximaram da diretoria e me abriram todas as portas: técnica, modelo de treino. Todas as categorias jogam iguais. É um estilo, maneira de jogo. Eles defendem muito isso no treinamento”, destacou.

“Visitei a parte administrativa, as pessoas que fizeram o projeto explicando o que é essa ideia. Fui conhecer a base, onde os meninos moram, dormem, estudam. Os treinos à tarde são à tarde, já que estudam de manhã e é muito importante. Não formam só jogadores, mas pessoas do bem para a sociedade. São muito profissionais em todas as áreas que têm. São ex-jogadores preparados, que são identificados com o Barcelona. É outra história. Nós estamos muito atrás do que é feito na nossa cultura do futebol. É muito diferente”, explicou.

Ele observou que a torcida é exigente, mas também aceita algumas propostas. “A torcida quer que o Barcelona ganhe e jogue bem. Não aceita só ganhar”, falou.

“Quando o zagueiro sai jogando eles batem palmas. É uma coisa impressionante. Um deles, a bola foi roubada e tomaram o gol. Se acontece no Brasil é uma loucura, vai ficar marcado e ninguém vai querer mais ele, o técnico vai tirar. A torcida não vaiou esse jogador. Depois disso saiu várias vezes jogando e a torcida bateu palmas. É uma ideia, uma filosofia que eles têm, não abrem mão. Não importa tomaram de quatro e não acontece nada. É uma ideia. Não muda sistema de jogo, maneira de treinar. Isso é uma cultura que a torcida, a imprensa aceitam. Tamanha educação. Europeu é mais bem formado do que a gente. A diferença é muito grande e principalmente na parte de gestão. Estamos melhorando no Brasil, mas temos que melhorar mais”, admitiu.

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