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Nos últimos 41 dias, um oficial de Justiça tentou por cinco vezes encontrar o ex-presidente do São Paulo, Carlos Miguel Aidar, mas fracassou. O objetivo era intimar o cartola referente ao processo no qual ele é acusado pelo conselheiro Erovam Tadeu Carmo de tentar negociar comissão de 15% com executivos da Adidas, conforme foi noticiado pela ESPN em setembro.
O mandado para o oficial procurar Aidar foi expedido em 17 de setembro. Desde então, ele fez cinco tentativas. A última foi no dia 27, quando o São Paulo organizou a eleição para escolher o substituto de Aidar no clube – Carlos Augusto de Barros e Silva foi eleito para um mandato tampão, até abril de 2017.
Quando o oficial de Justiça vai notificar alguma pessoa e não a encontra é praxe ele deixarformas de contato para ser procurado. Mesmo assim o oficial relata no processo que Aidar não o procurou.
A reportagem tentou contato com o ex-presidente para comentar o caso, mas não conseguiu localizá-lo.
Entenda o caso
O conselheiro Erovan Tadeu Carmo move um processo na Justiça Criminal contra Aidar, no qual acusa um genro do ex-presidente de tentar negociar comissão de 15% durante discussão com executivos da Adidas, no primeiro semestre de 2015.
“O notificante (Erovan) e o notificado (Aidar) estiveram na reunião com os CEOs da Adidas e foi surpreendido com a presença do genro do notificado (Aidar), um parente inconveniente em semelhante reunião, haja visto que não articulou sequer um mínimo comentário em face de todos ali presentes. Mas o notificante (Erovan) ficou espantado quando, ao final da reunião, recebeu o convite do ‘genro’ para tomar um cafezinho porque teriam que acertar a ‘comissão’. Perplexo com a estocada do ‘genro’, o notificante afastou-se cordialmente declarando não fazer parte dos que se enriquecem à custa do São Paulo Futebol Clube”, está escrito no processo, que corre no Fórum de Pinheiros.
Em setembro, em entrevista ao ESPN.com.br, Aidar negou a acusação e rebateu, afirmando que quem exigiu comissão foi o conselheiro, que teria feito o contato entre a Adidas e o clube.
Aidar disse que o genro dele (Carlos Gaspar) foi quem fez a aproximação com Tadeu Carmo, responsável pela reunião do clube com representantes Adidas. “Depois da reunião fomos em uma cafeteria e conversamos sobre comissão do Erovam, se ele tinha participação com o Gaspar eu não sei, nunca perguntei, mas o Erovam pediu comissão para mim”, disse Aidar.
A primeira vez que o caso foi citado foi durante uma entrevista de Aidar para a ESPN, em junho deste ano. O ex-presidente disse que um conselheiro pediu 15% de comissão na intermediação do acordo comercial entre o clube e a Adidas, sem mencionar nomes.
Erovam Tadeu Carmo entrou com pedido de explicações contra Aidar.
“Fala condenável, pois, ainda que não tenha mencionado o nome, em nada diminui os danos que causou á sua imagem e reputação, pois todos os 240 conselheiros ouviram a declaração dada em tribuna no dia 19 de maio”, afirmou Carmo na Justiça.