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Guilherme Palenzuela
O atacante Alexandre Pato concedeu aquela que talvez foi sua última entrevista coletiva pelo São Paulo nesta quarta-feira (18), véspera da partida contra o Atlético-MG, pelo Brasileirão. A quatro jogos do fim do ano e a três do fim de sua passagem pelo Morumbi, o artilheiro do clube na temporada afirmou que não se importará em fazer gols no jogo desta quinta-feira, mesmo que represente tornar o Corinthians campeão – ele também afirma, quando questionado sobre propostas de clubes europeus, que dificilmente voltará a jogar pelo rival são-paulino, com o qual tem contrato até o fim de 2016.
“Acho muito difícil não aparecer nada. Penso no hoje. Tenho três jogos muito importantes para fazer, depois terei muito tempo para pensar no que vai acontecer. Esses três jogos podem mudar muito meu futuro, ir para fora, ficar… penso muito nesses três jogos”, falou Pato. “Falo para a torcida que hoje represento: meu ano não acabou, não pensei no meu futuro ainda, tenho três jogos. Mas tenho uma vontade, sim, de voltar à Europa, mas depende muito desses três jogos. A torcida do São Paulo pode ficar tranquila porque estou focado. Faltam três jogos pra que eu possa fechar esse ano bem”, completou.
Sobre a possibilidade de dar o título antecipado ao Corinthians ao fazer um gol nesta quinta-feira, ele respondeu: “Não pensei nisso porque meu objetivo é o São Paulo. Penso no São Paulo, se for importante fazer um gol pra classificar pra Libertadores, farei não só um, mas dois gols”, disse.
Questionado se torceria para o Santos na final da Copa do Brasil, para que possivelmente seja aberta mais uma vaga na classificação do Brasileirão para a Copa Libertadores 2016, Pato surpreendeu e disse que torcerá pelo Palmeiras pela admiração que tem pelo presidente Paulo Nobre – a declaração soou como uma crítica velada ao ex-presidente Carlos Miguel Aidar, desafeto de Nobre.
“Vou torcer para o Palmeiras, Paulo Nobre é um cara do bem, inteligente, fez um ótimo trabalho no Palmeiras. Mas temos que fazer nosso trabalho, independente do que vai acontecer”, disse Pato.
Mais uma vez Pato falou sobre a impossibilidade de permanecer no São Paulo em 2016 – o clube, que vive momento financeiro delicado, não tem como investir para comprar os direitos econômicos do atacante junto ao Corinthians e estipula teto salarial para a próxima temporada de R$ 300 mil, que é menos da metade do salário total do jogador.
“É uma situação muito difícil, sabemos da situação que está o clube. Eu, quando vim ao Brasil, eu deixei de ganhar uma boa parte de dinheiro para voltar a jogar. Não vim por dinheiro, mas sim pela vontade de jogar futebol. O São Paulo sabe da minha importância, fiz aquilo que poderia fazer naquele momento. Sei da minha vontade, que é classificar o São Paulo para a Libertadores. Devo muito a meus colegas, mas a situação é muito difícil. Todos sabem das dificuldades que o São Paulo vem passando, e acho que há outras coisas mais importantes do que pensar em mim”, falou.
O atacante também falou sobre a temporada de 2015 e admitiu que os problemas extra-campo do clube na temporada afetaram o rendimento em campo.
“Pelo meu lado, é um momento muito especial. Em 67 jogos eu joguei 59. Estou muito bem fisicamente, quando você chega em fim da temporada você sente sim o cansaço. Mas fiz um ano muito bom, infelizmente vamos fechar sem um título, mas talvez com a vaga de Libertadores. O grupo teve que suportar muitas coisas, muitas coisas saíram na mídia, os jogadores podem vir aqui e falar que não afeta, mas sim, afeta muito. Por tudo que aconteceu, troca de presidente, acho que o grupo merece parabéns. Isso é muito difícil. os jogadores merecem o carinho da torcida porque foi muito difícil”, falou.