Quatro mosqueteiros, sem alma, sem fibra, sem raça…

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O futebol não é guerra. Mas não se joga futebol sem compromisso, sem raça, denodo, aplicação, amor à camisa, respeito aos colegas, ao público e à torcida. A não ser que você seja jogador do São Paulo no ano 15 do século 21.

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Vamos à algumas comparações.

1836 – Batalha do Alamo – Soldados texanos morreram em defesa do forte Álamo, atacado pelo exército mexicano. Em menor número, lutaram até o final.

1961 – Mercenários americanos, com conhecimento do presidente Kennedy, invadem a Baía dos Porcos, em Cuba. São amplamente derrotado após dois dias de batalha, contra soldados dispostos a defender sua terra até a morte.

1942/43 Durante sete meses, o Exército Vermelho lutou bravamente contra o exército de Hitler. Foi o ponto de virada da guerra e o início da derrota dos nazistas.

Agora, imaginem, Pato, Michel Bastos, Ganso e Wesley trabalhando como seguranças em uma loja de chocolates ou brinquedos no shopping. Aparecem então duas meninas e um garoto, ameaçando tomar conta da loja. Quanto tempo os quatro mosqueteiros resistiriam?

Nada contra eles, tecnicamente falando. Para o nosso nível atual do futebol brasileiro. Também não os vejo culpados pelo que o time e o clube passam no momento. Um treinador 7×7 (sete pontos em sete jogos), jogadores em condição técnica para jogar no São Paulo – Luiz Eduardo é pior que Reginaldo Cachorrão, Sorlei, Pedro Luiz etc etc etc – e uma diretoria que assumiu o lugar que era ocupado pela Cinira.

Tem muita coisa errada no São Paulo. Muita. Mas quero me fixar nessa falta de dramaticidade dos quatro personagens.

Eles não conhecem a dor da derrota, como eu disse outro dia.

Impossível imagina-los chorando. Qualidade que vejo, por exemplo, em Lyanco e Lucão, que, evidentemente ainda não podem ser titulares do time.

Entram em campo, fazem o melhor possível e depois… um banho, um vinho, um beijo, dois beijos, três beijos, sei lá, não me interessa a vida sexual de ninguém.

Tudo parece normal. Perdem o jogo como alguém que perde o ônibus ou o metrô. Logo, vem outro. No futebol e na vida não é assim.

Podem continuar no time? Não estou aqui para pedir a demissão de ninguém. É necessário ter jogadores vibrantes ao lado desses quatro para que o time jogue bem? Pode ser.

O que eu sei, o que todo mundo sabe é que, quando o Cruzeiro empatou, haveria uma virada. Porque o time estava jogando melhor, porque havia buracos no meio-campo do São Paulo, porque tem grosso em campo, porque o time não tem repertório ofensivo? Tudo isso. Mas também porque para nossos quatro mosqueteiros, é muito difícil entender que futebol é amor, paixão e muito mais do que apenas técnica.

Perdeu porque eles colaboraram minimamente em um plano defensivo que impedisse a vitória. Não pularam no chão, não deram carrinho, não puseram a cabeça na chuteira do rival (Lodeiro fez isso na copa), não ralaram a bunda…

Perdeu também porque eles desertariam em Alamo, na Baia dos Porcos, em Stalingrado…

Porque não têm a grandeza na alma. Não terão nunca um lugar na história.

Porque, para eles, tanto faz como fez.

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