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Juliano Costa
Pressionado, Tricolor sai na frente, toma dois gols em falhas defensivas e só consegue a vitória nos acréscimos; Luis Fabiano chorou e Pato saiu vaiado
O jogo entre São Paulo e Figueirense no Morumbi estava carregado de emoções diferentes. Havia a raiva da torcida tricolor por conta dos 6 a 1 para o Corinthians. Havia a tristeza de Luis Fabiano pelo adeus forçado (ele queria renovar). Havia a melancolia de um Alexandre Pato vaiado por supostamente estar já com a cabeça na Europa. Havia o desespero do Figueirense, ameaçado pelo rebaixamento. E havia o nervosismo do próprio São Paulo, que parece não se acertar nem quando está em vantagem no placar.
Ao abrir 1 a 0 aos 11 minutos, com Luis Fabiano, o Tricolor poderia tocar a bola, administrar o resultado e esperar que o desespero do Figueira lhe gerasse oportunidades para construir uma vitória tranquila. Mas o São Paulo de 2015 não sabe vencer “numa boa”, principalmente por não ter uma defesa confiável. Com apenas três jogadores avançados (Carlos Alberto, Clayton e Dudu), o Figueirense virou o jogo e ficou na frente até os 45 do segundo tempo.
Foi aí que o torcedor são-paulino viu algo que andava em falta no seu time: raça. Já nos acréscimos, Alan Kardec empatou e Thiago Mendes marcou o gol da vitória por 3 a 2, resultado que deixa o São Paulo bem perto da Libertadores – basta vencer o Goiás fora de casa, na última rodada.
Análise
Taticamente, o São Paulo foi um desastre. Os principais jogadores de frente se movimentavam pouco e pareciam preferir sempre a jogada pelo meio, nunca pela ponta. Numa das raras oportunidades de contra-ataque, Pato, Ganso e Luis Fabiano ocuparam a mesma faixa de gramado, facilitando a vida dos zagueiros do Figueirense.
– Não tem movimentação no ataque, e todos acabam sendo facilmente marcados – analisou o ex-jogador Juliano Belletti, comentarista do canal Premiere, ainda durante o primeiro tempo.
O primeiro gol saiu numa rara roubada de bola – foram só nove do Tricolor no jogo inteiro. E até o emocionante período dos acréscimos, o Tricolor criou poucas chances de gol – as principais em chutes de fora da área, com Ganso. O time tinha mais posse de bola (72% contra 28%), mas insistia em bolas levantadas na área (20), a maioria a partir da intermediária – foram só quatro jogadas de linha de fundo na partida inteira.
A virada foi na raça. O empate aos 45 saiu numa bela cabeçada de Alan Kardec – que sabe bem como se posicionar e se antecipar aos zagueiros na bola aérea. A virada surgiu numa tentativa de chuveirinho – a bola sobrou para Thiago Mendes soltar uma bomba de fora da área.
Confira abaixo os principais vídeos do jogo:
emoção
Luis Fabiano pisou o gramado do Morumbi pela última vez como jogador do São Paulo. E se emocionou durante o hino nacional. Com a faixa de capitão, chorou muito antes do jogo.
gol
O São Paulo abriu o placar aos 11 minutos. Fabinho errou o passe, e a bola sobrou para Pato armar o contra-ataque. Ganso recebeu na área e passou para Luis Fabiano girar e bater forte. Na comemoração, ele se ajoelhou e beijou o escudo do Tricolor.
trave
O Tricolor teve excelente chance para ampliar aos 19. Em cobrança de falta, Pato ergueu na área, e Rodrigo Caio cabeceou na trave. A bola ainda rolou por toda a pequena área, sem que um jogador são-paulino conseguisse pegar o rebote.
vacilo
O Figueirense empatou o jogo aos 25, num lance que escancarou toda a passividade da defesa tricolor. Clayton iniciou a jogada na esquerda, passou para Dudu e recebeu de volta na área. Com espaço e tranquilidade, finalizou sem chance para Denis. Carlinhos, Hudson, Rodrigo Caio e Lucão nada fizeram para impedir o gol do Figueira. A torcida protestou, gritando o nome de Lugano. Lucão passou a ser vaiado cada vez que tocava na bola.
na rede…
O São Paulo quase fez o segundo gol em cobrança de falta. Pato bateu com estilo, e a bola bateu na rede pelo lado de fora. Parte do estádio gritou gol.
embolado
Aos 39, um lance que ilustra bem a bagunça tática do time tricolor. Pato puxou contra-ataque, mas tanto ele, como Luis Fabiano e Ganso, correram para o meio do campo – ninguém abriu pra receber na ponta, e a defesa do Figueirense conseguiu se recuperar.
furada
O nervosismo começou a tomar conta dos jogadores. Hudson deu uma furada feia.
pênalti?
Aos 41, os são-paulinos reclamaram a não marcação de um pênalti. Pato tentou o passe, e a bola bateu em Clayton. O árbitro mandou Wagner Reway seguir.
muralha
O segundo tempo começou morno. O São Paulo tocava a bola com paciência, procurando uma brecha na defesa do Figueirense. Ganso resolveu arriscar de longe, aos 11. Muralha fez a defesa.
impedido
O Figueirense começou a chegar nos contra-ataques. Aos 16, assustou. Dudu não conseguiu o voleio da maneira como gostaria, mas a bola sobrou para Clayton, que mandou de cabeça na trave. O jogo, porém, já estava paralisado por impedimento.
vaias
Aos 19, Pato foi substituído por Centurión e saiu vaiado pela torcida, naquela que foi sua última partida com a camisa do São Paulo no Morumbi. Ele ainda pertence ao Corinthians, que tentará vendê-lo para um clube europeu na próxima janela de transferências, em janeiro.
virada
O São Paulo tomou a virada aos 30. Em cobrança de falta da intermediária, a bola foi alçada, Marquinhos ganhou no alto de Hudson e escorou para o segundo pau, onde Carlos Alberto, livre, completou para o gol.
sem vergonha
O clima ficou ainda mais tenso. Na arquibancada, a torcida passou a gritar “time sem vergonha”.
trave
Mesmo com todas as suas limitações, o São Paulo não parou de lutar. Ganso, mais uma vez de fora da área, mandou na trave aos 38.
empate
Já nos acréscimos, o São Paulo conseguiu o empate. Hudson ergueu na área, e Alan Kardec se antecipou bem para ganhar de cabeça e mandar sem chance para Muralha.
susto
Os minutos finais foram alucinantes. O Figueirense teve a oportunidade de fazer o terceiro com Rafael Bastos, mas o atacante se mostrou indeciso e deu chance para Denis crescer e fazer a defesa.
incrível
No contra-ataque, Ganso cruzou para Luis Fabiano, que não teve a frieza de ajeitar para bater e acabou mandando por cima do travessão.
gol no último lance
E o inacreditável aconteceu! Na última bola do jogo, faltando segundos para o apito final, Auro cruzou, a zaga afastou, e a bola sobrou para Thiago Mendes. De fora da área, o volante soltou uma bomba e recolocou o Tricolor em vantagem.
desabafo
Depois do jogo, Luis Fabiano voltou a se emocionar, ao falar da despedida e do amor pelo São Paulo: “Foi bom enquanto durou”.
Repito de todo o time que entrou de titular só salvou o Thiago Mendes, o resto é um lixo, assim como a temporada 2015 para o tricolor, não serviu de NADA!
Dênis – Faz grandes defesas mas todo jogo leva no mínimo 02 gols, não passa confiança, (lembram do chute do Neymar no Paulista que ele aceitou do meio da rua?)
Lucão e Rodrigo Caio – Dupla Bizarra de Zagueiros
Bruno e Carlinhos – Os piores laterais, não atacam, não marcam, só dormem
Hudson – um Horror! só corre atrás do marcador e só chega perto quando o cara tá comemorando o gol
Migué Bastos – sem vontade nenhuma
O resto vai embora (Pato, Luis Fabiano)
Time para o último jogo: Renam, Lyanco, Edson Silva, Auro, Matheus Reis, Thiago Mendes, Daniel, Ganso, Centurion, Rogerio e Kardec.