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O momento de indefinição é grande no São Paulo, mas uma coisa é certa: os ídolos responsáveis pela conquista da Libertadores e do Mundial de Clubes de 2005 têm bom relacionamento. A intimidade é tanta que Lugano se viu disposto a discutir seu futuro com Cicinho, segundo revelou o ex-lateral.
“Eu conversei com o Lugano antes dele ir para o Brasil, para o jogo de despedida do Rogério. Ele disse: ‘o problema de voltar para o Brasil é que eles esperam o Lugano de antigamente, o Cicinho de antigamente. O futebol está diferente hoje, ainda mais no Brasil. Não existe mais tanta paciência quanto antigamente, a gente pode se queimar mesmo depois de tudo. Não sei se estou em condições’. Eu até brinquei com ele que eu estou, sim [risos]”, disse o lateral.
Diego Lugano foi o segundo mais ovacionado na última sexta-feira, quando a despedida de Rogério Ceni encheu o Morumbi. O destaque principal foi o adeus do capitão – era “dia de Ceni”, como pontuou o uruguaio -, mas o clamor da torcida pode ter mexido com o jogador, atualmente defendendo o Cerro Porteño, do Paraguai.
“É importante ressaltar isso. É claro que ele deve ter se movido com a reação da torcida no Morumbi, mas tem que tomar cuidado de não manchar a história. Posso falar por mim quando digo que é complicado para a gente se desvincular desses desejos, estamos sempre recebendo mensagens dos torcedores nas redes sociais”, comentou Cicinho, hoje jogador do Sivasspor, da Turquia. Ao contrário do receoso zagueiro de mesma idade (os dois têm 35 anos), o ala não esconde seu próprio desejo de retornar ao São Paulo.
A contratação de Lugano foi cogitada pela diretoria tricolor em julho, ainda sob a gestão de Carlos Miguel Aidar, mas o então técnico Juan Carlos Osorio vetou a transação. O colombiano foi pessoalmente ao Paraguai para explicar a decisão ao beque, cujo contrato com o Cerro Porteño inclui cláusula de rescisão em caso de proposta do São Paulo.
Com a renúncia do agora ex-presidente são-paulino e a posse de Carlos Augusto de Barros e Silva, o Leco, a vinda do uruguaio voltou a ser especulada como forma de criar novas lideranças no elenco, agora carente de referências com a aposentadoria de Rogério Ceni e as saídas de Alexandre Pato e Luis Fabiano.
Leco, no entanto, já manifestou publicamente que não se empolga com a contratação de Lugano. Em entrevista recente, o presidente afirmou que os clamores da torcida pelo jogador remetem muito mais ao simbolismo ligado à sua personalidade do que ao futebol que ele tem demonstrado em campo. O ídolo, no entanto, prefere ficar alheio às declarações da cúpula diretiva. “Não posso falar pelo outro [a diretoria], isso vocês têm que perguntar para eles”, esquivou-se o zagueiro.