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Caíque Toledo
Assim, numa quinta-feira nublada na capital paulista, o São Paulo anunciou que o argentino Edgardo Bauza será o novo treinador da equipe para 2016. Bicampeão da Libertadores, o hermano estava no San Lorenzo e é uma grata surpresa para quem ouviu falar em nomes tão contestados serem cogitados nas últimas semanas.
Bauza é uma excelente aposta do Tricolor. Depois da boa passagem de Juan Carlos Osorio, que só não deu mais certo pelos problemas políticos que nos cercaram esse ano, ficou evidente que tínhamos potencial para buscar um nome de fora, fugindo dos Dorivas da vida. Foi exatamente o que fizemos.
Se conversamos com Aguirre, Sampaoli, Cuca e até Autuori (meu deus), acertar com Bauza é uma boa jogada. Campeão da Libertadores e da Recopa Sul-Americana com a LDU e da mesma Libertadores pelo San Lorenzo, em 2014, o argentino é um treinador de nome no cenário continental, tem cancha pra treinar o time em nossa competição favorita e pode ser um ótimo ponto de partida para a reformulação que precisamos fazer.
Nosso novo treinador, no entanto, precisa ter duas coisas fundamentais: tempo e tranquilidade. Não vai se adaptar de uma hora para outra, vai sim passar por turbulências (muito, lembrando, pela nossa complicada política e pelo time que com certeza não será nada brilhante) e muita gente deve torcer o nariz. No entanto, se quisermos um trabalho sério e de qualidade, precisamos bancar o cara assim que começar a ser contestado – e vai ser. Sem surpresas com desmanche de jogadores, sem mensagens no WhatsApp criticando suas escalações, sem fofocas nos bastidores. Tendo a calmaria e a paciência que não tivemos com Osorio, Bauza, opinando na contratação de reforços e tendo uma pré-temporada adequada, pode dar certo. São coisas que fazem a diferença.
Era claro que o São Paulo precisava de um treinador com pulso firme, com vontade de vencer e que tivesse o modelo de trabalho de Osorio (muito diferentes entre si nas táticas, mas com um estilo de comando semelhante). Aparentemente, isso conseguimos. Resta agora formar um time em torno dessas características e, se não agora, o futuro pode ser promissor. A escolha é um ponto alto da diretoria, e Bauza merece confiança.
Seja bem-vindo, Patón. Entra e não repara na bagunça. Se não for queimado em cinco meses, treinador não deve ser nosso problema em 2016.