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Marcelo Hazan
Fabuloso ganha homenagens na despedida, surpresa do goleiro e do clube com vídeos. Terceiro maior artilheiro do Tricolor se define como torcedor em campo
Luis Fabiano viveu um dia de emoção na despedida do São Paulo. O clube fez uma série de homenagens e surpresas ao terceiro maior artilheiro da história, com 212 gols. Entre elas, vídeos com imagens marcantes das suas passagens e mensagens de jogadores como Kaká, França, Reinaldo, Lucas, Daniel Alves e até do ex-presidente Juvenal Juvêncio.
Durante a entrevista coletiva, acompanhada de perto pelo emocionado presidente Carlos Augusto de Barros e Silva, o Leco, Rogério Ceni também deu sua palavra final ao companheiro e o elegeu como um dos três maiores atacantes com quem jogou no clube.
– Estou morrendo um pouco, pelo amor e carinho que tenho pelo São Paulo. Todo divórcio é complicado, mas a vida continua – disse Luis Fabiano.
– Quero fazer um agradecimento, foi uma honra trabalhar contigo. Não é todo cara que consegue superar a marca de 200 gols. Desejo sorte, grande parceiro. Muito obrigado por tudo. Um dos três maiores centroavantes que vi vestir a camisa do São Paulo – disse Rogério Ceni, que “invadiu” a coletiva para abraçar Luis Fabiano.
Com contrato no fim, o centroavante não soube explicar o motivo pelo qual não vai renovar seu vínculo. O jogador não quis revelar seu destino, apesar de estar próximo de assinar com o Tianjin Songjiang, time da segunda divisão da China. Mesmo identificado com o Tricolor, ele não descartou atuar por outro clube no Brasil.
– Eu pretende seguir jogando. Estou saindo daqui, mas a possibilidade de jogar em outro clube (do Brasil) existe. Não é minha preferência ou objetivo, mas depende do que vai acontecer. Vai ser estranho, mas pode acontecer. Não sei. Não houve conversa, nada. O tempo passou, diantes de muitos problemas, as renovações foram ficando para trás. Estou me despedindo, não sei o porquê. A coisa aconteceu – afirmou.
Em recuperação de lesão no ligamento do joelho direito, ele será desfalque contra o Goiás, domingo, às 17h, no Serra Dourada, pela última rodada do Brasileirão. Mas o Fabuloso confirmou que estará com a delegação na viagem para Goiânia.
Veja abaixo os tópicos da entrevista coletiva de Luis Fabiano:
O adeus
“O momento é de São Paulo buscar novos projetos. Mas espero não me desligar do clube. Se tivesse a possibilidade de ainda vestir a camisa, se for da vontade de algum dirigente, nunca vou negar vestir essa camisa. Sempre que houver a possibilidade, estarei disponível para vestir esse manto sagrado. Isso não sai da cabeça, poder encerrar vestindo essa camisa”
Você está realizado?
“Gostaria de ter conquistado algumas coisas, mas não me arrependo de nada. Saio de cabeça erguida. Sempre vesti a camisa de forma honesta e leal. Às vezes as coisas não saem da forma como a gente espera e quer. O amor que tenho por esse time é verdadeiro. Saio feliz por ter jogado no time que eu amo”.
Qual o momento mais marcante no São Paulo?
“Não tem coisa mais especial do que ver o Morumbi lotado, num dia normal, sem jogo, só para ver a minha apresentação. Foi inédito, transmitido ao vivo. Foi um marco na minha carreira. Tem muito gol que eu poderia falar, mas o que houve de diferente foi isso”
Sobre a relação com o São Paulo:
“Foi um casamento tenso, mas que no final as duas partes se amam. O que eu mudaria? Talvez um jogo específico, na Libertadores de 2004, uma coisa que fica na garganta. Mas valeu tudo o que conquistamos, os gols, as brigas. Era o meu destino, foi bom, valeu. Não tem nada que eu me arrependa”.
Para onde você vai?
“Vou para a minha casa, ainda não tenho nada definido. Como ainda existia a possibilidade de jogar o último jogo, infelizmente não vou ter condições, decidi deixar tudo para depois do último jogo. Vamos definir com tranquilidade, ver o que tem na mesa. Onde vai ser a nova aposta, novos objetivos”.
Rogério pediu para você ir para Goiânia?
“Não precisava nem pedir. Estou na barca, vamos até o final. Estou na torcida para ganhar essa última vaga (para a Libertadores)”.
O que você representou para o clube?
“Representei cada um na arquibancada. Tentei honrar a camisa, jogar com raça da melhor maneira. A torcida tem carinho por isso: eles se identificam muito com o Luis Fabiano. Saio com o dever cumprido. Consegui o respeito do torcedor”
Você se sente como o torcedor dentro de campo?
“Se estou em campo, estou com meus companheiros até a morte. Menino novo, tinha 22 anos naquele jogo (contra o River Plate, com briga). Eu preferir ajudar meus companheiros no braço. Foi um marco, até hoje riem da piada, da frase. Muita gente comenta. Mas ali era o Luis Fabiano de verdade.”
Pode jogar contra o São Paulo?
“Ainda não passou pela minha cabeça que isso seria possível, seria muito estranho, diferente. Nem sei se eu conseguiria. Minha trajetória no futebol vai depender do estado físico. Se eu puder ajudar o próximo time, vou seguir. Se não der, eu paro. Vai depender das minhas condições. Vou até onde aguentar”.
A quem você dedica tudo o que passou no São Paulo?
“Dedico a meu avô. Quem recortou o primeiro recortinho quando entrei no primeiro jogo, com 17 anos, na Ponte Preta, foi o meu avô. Ele me ajudou muito. Onde ele estiver, dedico a ele toda a minha trajetória. Agradeço todos que me ajudaram, mas meu avô era especial”
Como vê o fim de ano São Paulo?
“Vejo um final de esperança, por tudo o que nós passamos. Ter a possibilidade de Libertadores é quase um título para a gente. Foi um ano complicado. Tem o Santos, que era sensação, vai ficar sem Libertadores, sem título, sem nada. Parece pouco, mas vai ser um grande feito. Ano que vem será de reformulação, de montar time novo, com novas referências”.
Como fica o time?
“Torço para que apareçam novos líderes. O Ganso, o Michel, o Kardec. O Denis, possível capitão. Uma reformulação grande, mas com peças fortes para o ano que vem. O clube vai se reinventar. O importante é ter paz para os jogadores trabalharem”.
Sentimento
“Estou morrendo um pouquinho. Pela história, pelo carinho, o amor que tenho nesse time. Vai ser complicado. A vida continua. Vai mudar tudo. Espero poder ter forças para seguir aonde eu for. Seguir minha carreira até o fim”.
Futuro
“Eu pretende seguir jogando, estou saindo daqui, mas a possibilidade de jogar em outro clube (do Brasil) existe. Não é minha preferência ou objetivo, mas depende do que vai acontecer. Vai ser estranho, mas pode acontecer”.
Qual o sentimento que fica na despedida?
“Gratidão. Agradeço tudo o que passei, todos que me aguentaram. Em momentos difíceis, contei com apoio de todos. Principalmente do Reffis. O momento mais duro do atleta é quando ele está machucado. Tinha dúvida se conseguiria voltar. Agradeço muito pela disposição que tiveram comigo”.
Amor ao clube
“Desde o segurança da entrada, até a tia da cozinha, que faz a comida, todos me trataram com carinho. Vou ter que passar a gostar de um novo clube, conquistar novas amizades. Cada funcionário terá uma história do Luis Fabiano. É o que fica”.
Por que não ficou no São Paulo?
“Não sei. Não houve conversa, nada. O tempo passou, diante de muitos problemas, as renovações foram ficando para trás. Estou me despedindo, não sei o porquê. A coisa aconteceu”.
Até que enfim, acabou!
Ploc
Eles estão rindo a toa um elogia o outro, ficaram mamando no tricolor sem cobranças, sem punições. Os dois maiores salários são duas tranqueiras que sabiam que não tinham cobranças por vitórias ou conquistas, e ficavam fazendo lambanças e idiotices com o apoio dos dirigentes e dessa torcida inútil que tem a capacidade de pedir Lugano como a salvação do tricolor.