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Conselheiro vitalício e homem influente na política do Tricolor, tal como foi Juvenal Juvêncio, Marco Aurélio Cunha chegou ao Cemitério do Morumby antes mesmo do cortejo. Opositor do ex-presidente nos bastidores,o ex-dirigente até armou resistência contra Juvenal em seu último mandato, formando uma das chapas de oposição, mas negou qualquer tipo de relação estremecida.
Mostrando profunda admiração ao segundo presidente mais vitorioso da instituição, detentor de cinco títulos além de outros mais como dirigente, Marco Aurélio, deputado e líder da bancada do Partido Social Democrata (PSD), citou o respeito que sempre permeou a relação entre os dois e lamentou a morte de um líder.
“Convivi com o Juvenal mais de 30 anos, uma convivência familiar. Eu aprendi, nós vencemos juntos, nós divergimos, mas nunca faltou amor entre mim e ele. Tivemos uma relação conflitante, mas de profunda admiração. Não tenho nenhuma dúvida quanto a isso”, afirmou o ex-dirigente tricolor, garantindo que se manteve por perto até os últimos momentos da vida de Juvenal.
“Sempre fomos muito ligados, a minha família à dele. É a perda de um homem que não veio à toa para o esporte, para a vida. Sempre quis o melhor para o São Paulo e, na maior parte das vezes, acertou. O que ele trouxe para o São Paulo foi uma contribuição inestimável. Espero que daqui para frente a mudança que ele promoveu tenha sido efetiva”, acrescentou Marco Aurélio Cunha revelando que Juvenal esteve ciente dos rumos políticos nos últimos meses.
Assim como Marcelo Portugal Gouveia, que morreu vítima de câncer em 2005, às vésperas do tricampeonato do São Paulo, Juvenal Juvêncio faleceu, aos 81 anos, também em decorrência de um câncer e às vésperas da despedida de Rogério Ceni, que acontecerá em jogo festivo no Morumbi, nesta sexta-feira. Lamentando as coincidências, o coordenador do futebol feminino na CBF projetou um 2016 menos conturbado.
“Para mim é muito difícil se despedir dele. Ele se despede em um momento que todos se despedem. Vai ser uma grande dificuldade para o São Paulo recuperar tantas perdas”, falou, em referência à saída de Luis Fabiano, à despedida de Rogério Ceni e à morte de Juvenal Juvêncio. “O São Paulo é o clube da fé, o São Paulo não se verga e vai estar forte ano que vem porque é nas dificuldades que a gente se reforça”, prosseguiu.
*especial para Gazeta Esportiva