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Por muito pouco, o ex-atacante Edu, revelado no São Paulo no fim dos anos 90, não seguiu outra profissão. Ao invés das chuteiras, hoje ele poderia ser um especialista em outro tipo de “pisantes”. Nascido e criado em Jaú, cidade do interior de São Paulo conhecida como a “capital brasileira do calçado feminino”, ele por muito pouco não virou vendedor de sapatos.
De origem humilde, com 14 anos ele resolveu arrumar um trabalho para poder ajudar a família e conseguir um dinheiro no final do mês.”Eu cheguei a fazer uma ficha em uma loja para vender calçados no centro da cidade e fui chamado para começar a trabalhar. Só que no mesmo dia, recebi o convite do XV de Jaú e acabei deixando de ser vendedor (risos). Ainda bem, porque acho que não tinha muito talento para isso não (risos)”, disse o ex-jogador, em entrevista ao ESPN.com.br.
Mesmo sem receber ajuda de custo, o atacante deixou para trás a possibilidade de brilhar nas vendas para se tornar uma das promessas do “Galo da Comarca”, que tinha jogadores que também iriam para o São Paulo no futuro, como o zagueiro Edmílson e o atacante França. A chance de defender o time da capital chegou através de um grande ídolo que trabalhava no interior.
“Aos 16 anos, o José Poy, treinador da equipe principal do XV, me indicou ao ‘Tricolor’ e fui por empréstimo. Depois de um ano o clube me comprou. Quando cheguei em 1995, morava debaixo da arquibancada no Morumbi, nos tempos de frio era complicado. Aos poucos fui me acostumando e as coisas foram melhorando”, recordou.
“Era um clube que sempre cuidou muito bem dos atletas, foram tempos de muito aprendizado. Era o meu time de coração, assisti a todas as conquistas da época do Raí, ficava vidrado na frente da televisão era um sonho muito grande chegar até lá”, afirmou.
“A gente armava muitos trotes com os meninos novos que chegavam lá, mas éramos muito amigos e formamos um grupo bem bacana por lá”, analisou.
A geração de Edu venceu diversos títulos na base e sob o comando do técnico Pita conquistou a Copa São Paulo de Futebol Júnior de 2000. O atacante começou a campanha como titular, porém, após o corte de Denílson, ele foi convocado por Vanderlei Luxemburgo para o pré-olímpico realizado em Londrina-PR.
Depois disso, o jogador que alternava momentos entre o elenco profissional e as categorias inferiores, se firmou como titular do time de Levir Culpi. O clube vivia um jejum de títulos importantes, mas mesmo assim, ele minimiza a pressão vinda da torcida.
“No São Paulo foi um momento bastante complicado, mas fomos preparados desde sempre para suportar esse tipo de pressão. Era um clube que sempre cuidou muito bem dos atletas, foram tempos de muito aprendizado, quando fui para o profissional estava pronto”, afirmou.
O começo de carreira de Luís Eduardo Schmidt foi fulminante, terminando o semestre com a sua venda para o Celta de Vigo, da Espanha. “Foi tudo muito rápido, em seis meses fomos campeões paulista, perdemos aquela final terrível para o Cruzeiro na Copa do Brasil e no meio do ano estava vendido. Infelizmente o time se desfez logo em seguida”, lamentou.
Edu teve grandes momentos no Celta de Vigo, quando ajudou a classificar a equipe para a Uefa Champions League pela primeira vez em sua história. Ainda passou por Real Betis-ESP, Vitória-BA e Internacional, antes de encerrar a carreira no Colorado Rapids-EUA, que joga a Major League Soccer.
“Eu parei de jogar em 2012 depois que tive uma lesão séria no quadril, ainda fiz tratamento para tentar voltar aos gramados. Me curei completamente, mas resolvi parar”, disse.
Aos 36 anos, Edu segue no mesmo ramo, porém, em outra função.
“Agora eu estou com o meu empresário Neto Genovez que me convidou para trabalhar com ele. Gosto muito de estar ainda envolvido nisso, já que o futebol é a minha vida. Fiz também alguns cursos relacionados a administração na Universidade do Futebol e verei outras possibilidades no futuro”, finalizou.
Bom jogador, esse não tremia para a galinhada, lembro de 2000 que ele fez gol na semifinais do paulistão.
Boa sorte na sua nova jornada Edu.