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Marcelo Hazan
José Roberto Opice Blum é o novo presidente do Conselho de Ética, responsável por investigar briga entre ex-presidente e Ataíde, e gravação que motivou renúncia
O São Paulo nomeou um novo presidente do Conselho de Ética e Disciplina, órgão do clube responsável por apurar os casos de briga entre o ex-presidente Carlos Miguel Aidar e o vice-presidente de futebol Ataíde Gil Guerreiro, além da gravação da conversa que motivou a renúncia do antigo mandatário.
O desembargador José Roberto Opice Blum foi o escolhido pelo presidente do Conselho Deliberativo, Marcelo Abranches Pupo Barboza, para substituir o Wilton Brandão Parreira Filho, que se desligou do cargo por problemas de saúde.
Formado por cinco integrantes, o Conselho de Ética também teve outras três mudanças: saíram Antonio Luiz Belardo, Mário Lourenço e José Moreira, e entraram Ricardo Haddad, Newton Flavio Bittencourt e Alberto Bugarib. O único remanescente da antiga formação é Renato de Albuquerque Ricardo.
– Constituí uma nova comissão, agora comandada pelo José Roberto Opice Blum. Além do currículo no São Paulo, ele é ex-juiz, desembargador aposentado e tem grande vivência no setor público como secretário. Esse currículo lhe dá preparo para enfrentar esse desafio. É uma situação grande, complicada, que precisava de alguém com pulso firme, correto, isento e com bagagem profissional para concluir esses trabalhos com êxito, mantendo transparência e isenção. A orientação é a mesma para a nova comissão: pensar no São Paulo, com tranquilidade, transparência, sem perseguir e proteger ninguém. Espero que no início do ano haja alguma evolução nesse sentido para concluir esses casos – disse Pupo.
Segundo Pupo, Ataíde e Aidar seriam convocados há cerca de 15 dias para prestar depoimentos ao Conselho de Ética, mas os procedimentos foram interrompidos pelo problema de saúde de Wilton Brandão Parreira Filho.
O presidente do Conselho diz ter ouvido a gravação da conversa feita por Ataíde com Aidar e relata que o áudio não tem boa qualidade em alguns trechos. Por isso, foi solicitado ao dirigente que faça uma ata notarial em um cartório, para que um especialista possa transcrever todo o conteúdo do áudio e certifique a fidelidade que foi ouvido.
– Não é função da comissão interpretar uma gravação. Há falas, ruídos, chiados… a comissão anterior solicitou ao Ataíde essa ata notarial para certificar o conteúdo do que é falado na gravação. Faz uns 15 dias. O pedido está em vigor, o documento foi encaminhado pela comissão de ética. Não é só a gravação que está sendo avaliada, mas é um dos pontos importantes para executar o trabalho – disse Pupo.
Também de acordo com Pupo, o Conselho de Ética vai solicitar formalmente as imagens da briga entre Ataíde e Aidar para apurar o caso. Os dois se desentenderam no hotel Radisson, na zona sul da capital paulista, onde eram realizadas frequentes reuniões entre integrantes cúpula são-paulina. Segundo o estatuto do São Paulo, os dois podem até ser expulsos.