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Diego Lugano foi tão alvo de perguntas da imprensa quanto Rogério Ceni desde o primeiro momento em que pisou no estádio do Morumbi, na hora do almoço. Danilo foi o único dos campeões mundiais xingado a plenos pulmões pela torcida presente ao local. Nem um deles, porém, foi capaz de ofuscar Rogério Ceni, grande figura da noite e, provavelmente, da vida de são-paulino daqueles que se deslocaram até o campo.
Um dos poucos que chegou mais perto dos gritos em homenagem ao arqueiro foi o defensor uruguaio. Exaltado a plenos pulmões quando teve seu nome anunciado pelo serviço de som do estádio, ele teve de ouvir diversas vezes o pedido de “volta, Lugano”, principalmente nos momentos que antecederam o duelo.
Talvez o único dos atletas que marcaram a sua história pelo Tricolor no Mundial a ser xingado na noite de festa, Danilo foi lembrado em duas oportunidades. A primeira ainda com as luzes apagadas, assim que os nomes de Souza e Josué, nomes que compunham o meio-campo ao seu lado, foram anunciados. Depois, pouco antes da bola rolar, o camisa 20 corintiano também acabou alvo de críticas. “Ei, Danilo, vai tomar no c…”, gritaram os tricolores.
Embalada pelos gritos da organizada Independente, no entanto, a massa voltou-se para a grande estrela da noite. Com o nome entoado desde o primeiro momento em que pisou no gramado, Ceni aproveitou seu momento de glória para rever os grandes amigos, fazendo questão de cumprimentar um por um. Lugano, por sinal, teve de ouvir diversos comentários do camisa 01. Na esperança do torcedor, alguns com relação ao seu possível retorno ao clube.
“Todos, todos têm goleiro, só nos temos Rogério, goleiro e matador” foi o canto mais gritado pelos são-paulinos, que se esbaldaram até com toques de lado do atleta. Depois de tanto exaltá-lo, chegou a vez de lembrá-lo pela última vez, ao menos como profissional, do pensamento da torcida. “P… que pariu, é o melhor goleiro do Brasil, Rogério”.
Um minuto de silêncio para Juvenal
O ex-presidente Juvenal Juvêncio recebeu a esperada homenagem dos jogadores tricolores na despedida de Ceni. Morto na última quarta-feira devido a complicações de um câncer na próstata, ele recebeu um minuto de silêncio “tardio” dos atletas, como havia prometido o próprio arqueiro. O problema foi que os organizadores do evento se empolgaram com a festa da torcida e acabaram dando início ao duelo sem a cerimônia.
Com os dois primeiros gols do time de 2005 sendo marcados logo de cara, sem que se passassem cinco minutos, o alto-falante do estádio anunciou logo após o segundo tento que seria respeitado o silêncio para o mandatário, outro ovacionado pela torcida. “É, Juvenal”, bradaram os aficionados, enquanto o placar eletrônico exibia a mensagem “Obrigado por tudo, Juvenal”.