Após foto com boné, Kieza diz não temer organizadas e cobra respeito

71

GazetaEsportiva.net

Edoardo Ghirotto

Antes de ter a contratação anunciada, Kieza vestiu um boné da Independente no CCT da Barra Funda (Foto: Reprodução/Twitter)
Antes de ser anunciado, Kieza vestiu um boné da Independente no CCT da Barra Funda (Foto: Reprodução/Twitter)

Apresentado oficialmente nesta sexta-feira como reforço do São Paulo, o atacante Kieza disse ter boas relações com torcedores de organizadas e explicou os motivos que o levaram a posar para uma foto vestindo um boné da Torcida Independente, principal facção ligada ao clube. A influência exercida pelos organizados no Tricolor se tornou assunto desde a briga entre torcedores e policiais na partida contra o Rondonópolis-MT, válida pela Copa São Paulo de Juniores e disputada em Mogi das Cruzes. Para o jogador, a boa convivência com as facções só é possível se existir um respeito mútuo.

Kieza apareceu com o boné da Independente em uma foto tirada no CCT da Barra Funda, antes da diretoria tricolor confirmar a sua contratação. A imagem foi postada nas redes sociais justamente pela facção. Em entrevista concedida ao jornal Folha de S. Paulo, na quarta-feira, o presidente são-paulino Carlos Augusto de Barros e Silva, o Leco, disse que jogadores socializam com os organizados por terem medo de sofrer represálias. “O jogador faz gol e faz o sinal da Independente. Não faz para ser agradável, faz porque tem medo de tomar dura”, afirmou.

Publicidade

O atacante, no entanto, disse não temer as facções. “Sempre tive boas relações com as torcidas organizadas. Medo nunca tive. Nunca vou ter medo de torcida organizada. Tem que ter respeito. Nós precisamos ter com eles e eles precisam ter com nós. Sabemos que eles cobram e cobram muito. Mas sempre me dei bem. Com relação à foto, foi um acaso. Aconteceu, não vi mal nenhum. Não vejo problema nenhum”, afirmou o jogador.

À Folha de S. Paulo, Leco admitiu que o Tricolor financia os desfiles de Carnaval realizados pelas principais facções ligadas ao clube e fornece ingressos para que os torcedores assistam às partidas de graça. “[A relação com as organizadas] é dificílima, mas não chega a ser chantagem. Não nos submetemos a nada. Mas tem de fazer algumas concessões. Não tem como cortar”, declarou. Apesar do aporte dado pelo clube, o presidente nega qualquer responsabilidade do São Paulo nos atos de vandalismo protagonizados pelas facções.

Na quinta-feira, a Torcida Independente emitiu um comunicado pedindo desculpas pelo envolvimento de seus membros na briga em Mogi das Cruzes. A facção classificou como uma “irresponsabilidade” a realização da partida no estádio Nogueirão e disse torcer para que os responsáveis pelo conflito sejam identificados pelas autoridades.

1 COMENTÁRIO