Escudeiro de Osorio, Milton Cruz vê estreia de Bauza da arquibancada

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GazetaEsportiva.net

Edoardo Ghirotto

O argentino (E), técnico do São Paulo FC, durante partida contra o Red Bull Brasil, válida pela primeira rodada da primeira fase do Campeonato Paulista 2016.
Bauza sentou ao lado de Bruno Militano e Rene Weber no banco de reservas tricolor (Foto: Sergio Barzaghi/Gazeta Press)

Braço-direito de Juan Carlos Osorio na passagem do colombiano pelo São Paulo, Milton Cruz tem se acostumado a uma realidade diferente com a atual comissão técnica de Edgardo Bauza. No sábado, na estreia oficial do argentino pelo Tricolor, Milton passou longe do banco de reservas e acompanhou das arquibancadas do estádio Moisés Lucarelli o empate por 1 a 1 com o Red Bull. Próximos a ele estavam dirigentes importantes do clube, como o presidente Carlos Augusto de Barros e Silva, o diretor executivo Gustavo Vieira de Oliveira e o diretor de futebol Rubens Moreno.

O distanciamento de Bauza se deve em grande parte às novas funções de Milton Cruz no São Paulo. No início de janeiro, ele deixou de ser coordenador de futebol para dar lugar a Rene Weber. Ficou reservada a Milton a chefia do novo departamento de análise de desempenho do Tricolor. Mas, enquanto não assume o posto, ele segue nos treinos táticos no CCT da Barra Funda para traduzir as ordens de Bauza aos jogadores. Tal encargo é consideravelmente menor se comparado com as tarefas que eram passadas a ele por Osorio.

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Milton Cruz tem um relacionamento fraternal com o colombiano. Era comum ver Osorio conversando com o então auxiliar e pedindo conselhos sobre a disposição tática do time. No banco de reservas, Milton Cruz sempre estava sentado ao lado do treinador. A confiança de Osorio nele era fruto de uma amizade construída fora dos gramados. Os dois se aproximaram desde o início da passagem do treinador pelo São Paulo, tanto que foram juntos assistir ao amistoso entre Brasil e México, no Palestra Itália, três dias após o primeiro treino comandado pelo colombiano no CCT da Barra Funda.

Milton Cruz virou amigo de Osorio desde o primeiro dia do colombiano no São Paulo (Foto: Sergio Barzaghi/Gazeta Press)
Milton Cruz virou amigo de Osorio desde o primeiro dia do colombiano no São Paulo (Foto: Sergio Barzaghi/Gazeta Press)

Atividades não relacionadas ao futebol também pautavam a rotina da dupla. As mulheres de ambos viraram amigas, o que levava Milton Cruz e Osorio a jantarem juntos com frequência. Ao receber o convite para dirigir a seleção do México, o treinador não se esqueceu do companheiro e lhe ofereceu uma vaga de trabalho. Milton Cruz disse que gostaria de seguir no Tricolor e recusou a oferta. “Agradeço também ao Milton Cruz por sua amizade verdadeira dentro e fora do campo, um homem do futebol e para o futebol”, afirmou Osorio, ao se despedir do clube.

Com Bauza, as liberdades de Milton Cruz deverão ser cada vez mais restritas. Além de traduzir as exigências nos treinos, ele será responsável por trabalhar com os jogadores que não forem relacionados para os jogos. Em longo prazo, Milton Cruz nem viajará mais com a equipe. Muito menos indicará a contratação de novos reforços, como foi o caso do contestado zagueiro Luiz Eduardo. Os escudeiros de Bauza nesse período no Brasil serão o auxiliar José Di Leo, com ele há quase 20 anos, e o preparador Bruno Militano. Já o coordenador Rene Weber, que assistiu ao duelo com o Red Bull do banco, deve seguir ao lado do técnico no futuro.