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Vinicius Castro
Gilvan de Souza/ Flamengo
O meia argentino Frederico Mancuello chegou com moral ao Flamengo: farra gringa
Alguns dos principais clubes brasileiros apostaram bastante no mercado sul-americano na busca por reforços para a temporada. Uma espécie de invasão argentina se deu através de Botafogo, Flamengo, Cruzeiro e São Paulo. Sete hermanos chegaram e se juntaram aos demais estrangeiros. Ao lado dos remanescentes, o grupo completa a “farra gringa” no futebol brasileiro.
A justificativa para as ações na América do Sul é simples. As opções internas são caras e a Europa segue caminho semelhante. O Brasil é visto como vitrine pelos sul-americanos, uma espécie de trampolim para centros do Velho Continente. Mesmo diante da crise, os clubes brasileiros ainda conseguem fazer frente nos países vizinhos.
A maioria das negociações é fechada em dólar, com os salários pagos em real. O Palmeiras é um contraponto no padrão, já que usou a moeda norte-americana com os gringos na última temporada e tenta se desfazer de jogadores que a torcida até aprova, casos de Cristaldo e Allione
Promovido para a Série A do Campeonato Brasileiro, o Botafogo contratou Gervásio Nunes, Damian Lízio (argentino naturalizado boliviano) e Joel Carli. O Flamengo trouxe o meia Mancuello. O Cruzeiro somou ao elenco Matías Pisano e Sánchez Miño, enquanto o São Paulo fechou com Jonathan Calleri. Todos argentinos e negociados com a moral de grandes reforços.
Hermanos cobiçados: sul-americanos que são alvos de brasileiros
“O mercado brasileiro dá opções muito caras. Temos mais facilidade nos nossos vizinhos. Procuramos jogadores com vontade de vencer e que aguentem pressão. Analisamos vários de países sul-americanos, mas com calma. Conversamos para saber como se portam fora do país. Mas o argentino se adapta bem”, afirmou Muricy Ramalho, cujo clube também trouxe o volante colombiano Gustavo Cuéllar.
Alguns times não contrataram estrangeiros, mas mantiveram os que estavam no elenco. O Palmeiras é um exemplo com Allione, Cristaldo e Mouche. O Atlético-MG não trouxe argentinos, porém, manteve Lucas Pratto e Jesús Dátolo. Chegaram os equatorianos Juan Cazares e Frickson Erazo. A comissão técnica do Galo ainda conta com quatro uruguaios, um deles o próprio treinador Diego Aguirre.
A situação é semelhante no São Paulo. O comandante argentino Edgardo Bauza chegou com o auxiliar José Daniel Dileo e o preparador Bruno Militano.
O ponto fora da curva está na dupla Grenal. Tradicionalmente, Grêmio e Internacional apostam no mercado sul-americano. Desta vez, nenhum gringo chegou. O Vasco dispensou três: Guiñazu, Herrera e Emanuel Biancucchi, enquanto o Fluminense foi na contramão e investiu no mercado brasileiro. Richarlison, por exemplo, custou R$ 10 milhões.
O panorama aponta para um futebol brasileiro cada vez mais gringo. Queira ou não, o idioma dos nossos vizinhos será ouvido com frequência pelos gramados em 2016. E a safra pode aumentar. Outros nomes são especulados e estão na mira dos clubes, casos de Gustavo Bou (Atlético-MG e Corinthians), Julio Buffarini (São Paulo) e Sebastían Blanco (Corinthians).