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O técnico Edgardo Bauza completou 58 anos sem festa no São Paulo. Os tradicionais trotes promovidos entre os jogadores passaram longe do Patón na terça-feira, uma vez que o argentino apresenta um estilo mais reservado e não se mostra muito aberto a conversas informais com os atletas. O elenco, no entanto, respeita a postura do comandante e tenta driblar a falta de intimidade para assimilar as ideias apresentadas por ele nos treinamentos.
Após o término do jogo-treino vencido contra o Boa Esporte, no Pacaembu, o volante Hudson deixou claro o respeito que o grupo tem com Bauza ao dizer que os parabéns ao técnico aniversariante ficariam restritos a “tapinhas nas costas”. Segundo ele, o relacionamento estritamente profissional com o comandante ajuda a ampliar a concentração do elenco.
“Não acho que exista uma distância, não. O Bauza é mais sério e passa as orientações bem. Às vezes o treinador não tem que ter um contato tão pessoal para o jogador assimilar o que ele quer passar e respeitar. Nós estamos entendendo muito bem o que ele está passando e isso é o que importa”, afirmou Hudson.
A visão do volante é semelhante às opiniões dadas por outros jogadores em entrevistas coletivas recentes. Entre os brasileiros, apenas o goleiro Denis disse ter conversado com Bauza em particular. O arqueiro estava de passagem pelo CCT da Barra Funda, em dezembro, quando encontrou o treinador no dia da assinatura de seu contrato com o clube. O único a ter mantido um diálogo individual com o “Patón” nessa pré-temporada foi Centurión. O atacante, que é conterrâneo do técnico, afirmou que o chefe procurou passar confiança durante o encontro.
Nas atividades diárias, Bauza é conhecido por parar os treinos de forma insistente para cobrar os atletas e explicar o que ele considera ser ideal para o time. A lábia de Bauza também foi útil para a diretoria assegurar a contratação do atacante Jonathan Calleri, que rejeitou uma proposta financeiramente melhor do Atlético-MG para atuar sob o comando do Patón.
Osorio
A postura de Bauza no dia a dia é mais uma diferença presente entre o seu trabalho e o de Juan Carlos Osorio. O colombiano, que passava boa parte das atividades calado na lateral do gramado, costumava puxar os jogadores mais importantes do elenco para conversas reservadas. Foram frequentes as reuniões do técnico com Rodrigo Caio e Alexandre Pato nos gramados do CCT da Barra Funda.
Para Hudson, o São Paulo precisava de um técnico rigoroso para corrigir os erros apresentados na última temporada. “[A disciplina] era uma necessidade do time. Encaramos muito bem, o Bauza veio com uma filosofia que propõe bastante isso. Estamos assimilando bem e esperamos colocar isso nos jogos da mesma forma que temos apresentado nos treinos”, disse o volante.