Na próxima quarta-feira, o São Paulo versão 2016 entrará em campo pela primeira vez, no amistoso contra o Cerro Porteño (PAR), em Assunção, mas ainda com um jeitão de 2015. Pelo menos nos rostos dos jogadores. A principal novidade será o técnico Edgardo Bauza e, caso ele mantenha a escalação de seus primeiros treinos, inclusive o teste contra o Juventus no CT da Barra Funda, a equipe titular não terá nenhum reforço.
Provável formação do São Paulo no amistoso contra o Cerro Porteño, quarta-feira, no ParaguaiA formação mais cotada para estrear tem Denis, Bruno, Rodrigo Caio, Breno e Carlinhos; Hudson, Thiago Mendes, Ganso, Michel Bastos e Centurión; Alan Kardec.
Isso não acontece no Tricolor há 10 anos, desde que o time campeão mundial em dezembro de 2005 entrou em campo pela primeira vez em 2006, no Paulistão, com 11 jogadores que haviam estado no Japão. A derrota por 1 a 0 para o Santo André fez parte da ressaca da conquista.
São Paulo teve estreias badaladas nos últimos anos, como as de Adriano e LúcioO goleiro Bosco fez sua estreia, mas havia sido contratado antes do Mundial. Fabão, Lugano e Edcarlos; Souza, Josué, Mineiro, Danilo e Júnior; Thiago Ribeiro e Aloísio completaram o time.
De volta ao presente, o São Paulo já contratou dois reforços: o lateral-esquerdo Mena tem treinado entre os reservas. Pelo menos por enquanto, Carlinhos está mantido. O zagueiro Lugano, que será apresentado às 12h30 desta segunda-feira, ainda não tem condições de ser escalado. Esse amistoso, inclusive, faz parte do acordo de sua rescisão com o Cerro.
O atacante Kieza está no CT da Barra Funda desde a semana passada, mas ainda não foi sequer anunciado, pois o clube não recebeu toda a documentação necessária do Shanghai Shenxin, clube chinês que ainda detém seus direitos econômicos. Ele nem deverá viajar.
Se a equipe terá os mesmos nomes de 2015, espera-se postura e atitude bem diferentes daquela que colecionou vexames em clássicos, apesar de ter conquistado a vaga para a Libertadores.
Edgardo Bauza (de costas, à esq) conversa com os jogadores do São Paulo (Foto: Érico Leonan / saopaulofc.net)Bauza tem insistido em corrigir o posicionamento e a movimentação defensiva. Transforma alguns treinos praticamente numa escolinha. Para, orienta, manda refazer. Organização, palavra determinada pela diretoria como guia deste início de temporada, é o mínimo que se espera nos primeiros desafios, inclusive no amistoso, considerando a deficiência física do grupo que treina intensamente no CT desde o dia 6 de janeiro.
O técnico argentino, inclusive, marca outra curiosidade em relação a 2006. Da mesma forma que aquele foi o último time do São Paulo que deu o pontapé inicial numa temporada sem nenhum reforço entre os titulares, foi também a última vez que um novo técnico começou o ano. Naquela ocasião, Muricy Ramalho substituiu o campeão mundial Paulo Autuori.
De lá pra cá, os primeiros jogos de cada ano reservaram estreias aguardadas, como as do imperador Adriano, que fez dois gols para virar o jogo contra o Guaratinguetá, e do zagueiro Lúcio, que revelou-se um fracasso retumbante ao longo dos meses seguintes. Mas as que deram mais certo foram as de 2007: Hugo e Borges debutaram em Sertãozinho e seriam protagonistas dos dois títulos brasileiros que viriam, naquela mesma temporada, e em 2008.
Dessa vez, com Mena provavelmente no banco e Lugano no estádio, o torcedor são-paulino espera um considerável “upgrade” em relação à versão 2015, que não deixou saudade.
