GazetaEsportiva.net
Jonathan Calleri já tem tudo apalavrado com o São Paulo e necessita apenas da definição sobre quem o emprestará ao Tricolor para ser anunciado oficialmente como reforço. Enquanto espera por isso, no entanto, o atacante argentino de 22 anos perde um precioso tempo para quem ficará apenas seis meses no clube, antes de rumar para o futebol europeu.
Caso seja feita a vontade dos são-paulinos, ele assinará contrato até o 31 de julho, podendo atuar em uma hipotética final da Libertadores da América. Dessa forma, teria pouco tempo para mostrar seu futebol. Mais que isso, teria de se preparar rapidamente para jogar, já que os primeiros desafios eliminatórios do ano serão nos dias 3 e 10 de fevereiro, contra o Universidad César Vallejo-PER, pela pré-Libertadores.
“Se ele vier, receberei-o bem, mas é fundamental que ele se prepare rapidamente porque não teremos muitos dias para isso. Já temos jogo no dia 30 (estreia no Paulista, contra o Red Bull), dia 3 tem Libertadores”, alertou o compatriota Centurión, que explicou por que a concorrência de Calleri será com Kardec e Kieza, não com ele. “Ele joga de centroavante, uma posição distinta, luta pela bola, não sai muito pelos lados, joga mais centralizado”, comentou.
É aí que entra o outro problema de Calleri. Promissor, o atacante chega como um pedido de Edgardo Bauza, o que lhe dá bastante prestígio na corrida pela titularidade. O problema, porém, é o fato de Alan Kardec ter terminado muito bem o ano, sendo um dos responsáveis pela vaga na Libertadores. Goleador e contratado a peso de ouro, ele é apontado desde dezembro como uma das principais peças para 2016.
Dessa forma, seu posto de titular parece quase assegurado, ao menos no primeiro momento, o que deixa o reforço em uma situação complicada: quanto mais tempo demorar a tomar a posição de titular, menos tempo vai ter para usufruí-la, já que uma extensão do empréstimo está descartada.
“Enfrentei ele ano passado, no torneio de verão. É um jogador com muito potencial e que vai melhorar muito o nosso nível, seguramente. Não estou a par da negociação, mas, se ele chegar mesmo, vamos recebê-lo bem, com os braços abertos”, encerrou Centurión.
Entenda a dificuldade para o anúncio oficial
Com a garantia de que não pagará nada pelo seu empréstimo, os são-paulinos esperam a definição de quem será o dono de seus direitos federativos. Calleri, adquirido por um grupo de empresários ao preço de R$ 48 milhões, foi registrado em um pequeno clube do Uruguai, Deportivo Maldonado, utilizado exatamente como “barriga de aluguel” de empresários.
A ideia inicial era que ele fosse cedido à Inter de Milão, mas o fato de não ter cidadania italiana e de o clube não possuir mais vagas para estrangeiros acabou adiando a negociação para a próxima janela de transferências. A expectativa é que, ao menos até lá, o avante já consiga a documentação necessária para a emissão do passaporte europeu. Dessa forma, ele teria seis meses sem poder atuar pelo novo clube, o que levantou a possibilidade de empréstimo.
O entrave surge pois, com o contrato firmado no Deportivo Maldonado, não se sabe se ele acertaria um empréstimo simples, com os uruguaios cedendo-o ao Tricolor, ou se rescindiria com o novo clube, assinaria com a Inter e, apenas depois disso, seria emprestado para a equipe do Morumbi.