Derrota do São Paulo acende alerta e aponta fim da paciência da torcida

57

UOL, em São Paulo

A derrota na estreia da fase de grupos da Libertadores mexeu com o São Paulo. Depois do 1 a 0 sofrido para o The Strongest, no Pacaembu, na última quarta-feira (17), o discurso do elenco e da comissão técnica passou a ser de preocupação com o futuro na competição continental.

Na entrevista coletiva, o técnico Eduardo Bauza admitiu que o resultado “complica muito a classificação”. “Perdemos três pontos importantíssimos, mas seguiremos lutando”, afirmou.

O clima de apreensão se repetiu tanto na entrevista de Alan Kardec quanto na de Lugano, que sequer participou da partida – ainda aprimora a forma física. “Vamos buscar esses três pontos fora de casa a qualquer custo. Sabemos que perder pontos na Argentina dificultará nossa vida, mas temos qualidade para buscar essa vitória”, afirmou o atacante.

Publicidade

“Perder em casa contra um rival direto que é do único lugar do mundo onde você não joga bola normal (La Paz, na Bolívia), é complicado. Mas a gente tem condições de buscar esses três pontos”, lamentou Lugano.

Torcida perde a paciência

Se para o elenco o clima é de apreensão, para a torcida do São Paulo é de irritação. A relação já estava turbulenta com a sofrida vitória sobre o Cesar Vallejo, na pré-Libertadores, e a derrota no clássico contra o Corinthians. A paciência, agora, parece ter chegado ao final.

No começo do jogo contra o The Strongest, os torcedores presentes no Pacaembu apoiaram os jogadores e gritaram o nome de Lucão, que havia falhado no clássico contra o Corinthians. Mas o ânimo foi diminuindo conforme o São Paulo demorava para balançar as redes. Quando Alonso abriu o placar para os bolivianos, o apoio deu lugar às vaias.

Centurión foi substituído aos 22 minutos do segundo tempo e deixou o gramado embaixo de protestos vindos da arquibancada. Já o capitão Michel Bastos foi alvo de protestos até quando a partida já havia terminado. Na saída do ônibus são-paulino, torcedores cercaram o veículo e começaram a xingar o jogador, que sequer estava no local – ele havia sido escolhido para o exame antidoping e foi embora sozinho mais tarde.

A pressão sobre Michel Bastos, inclusive, gerou uma confusão nas arquibancadas. Membros da Torcida Independente partiram para cima de torcedores que tentavam abafar os protestos com gritos de apoio ao clube e tiveram que ser apartados pela Polícia Militar.