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Yan Resende
Equipe de Bauza neutraliza pressão argentina na maior parte do jogo, sofre gol em falha de Denis e é prejudicada pela arbitragem em lances capitais; veja análise.
Não foi a atuação dos sonhos, mas o São Paulo ao menos teve a postura que seu torcedor quer ver. O time comandado por Egardo Bauza mostrou “espírito de Libertadores”. Competitivo, soube neutralizar o River Plate. Poderia ter deixado Buenos Aires com um resultado melhor do que o empate por 1 a 1 se não fossem os erros de arbitragem e a falha do goleiro Denis.
O Tricolor contrariou os prognósticos. A delegação que saiu desacreditada do Brasil mostrou estar viva para a sequência na Libertadores. É lógico que alguns ajustes precisam ser feitos – como a dificuldade para permanecer com bola nos pés. Mas a impressão é de que o time do Morumbi encontrou um caminho a seguir.
No Monumental de Nuñez lotado, a falta de confiança pesou nos minutos iniciais. A bola queimava nos pés dos são-paulinos. Erros de Thiago Mendes e Mena no campo de defesa quase permitiram com que o River Plate abrisse o placar – Denis e o travessão salvaram a equipe brasileira antes que o ponteiro marcasse 10 minutos de bola rolando.
Mas o São Paulo respirou. Carlinhos sofreu falta no campo de ataque aos 17 minutos e colocou a bola na área. Lugano brigou com a zaga e a sobra ficou com Ganso. O camisa 10 emendou um belo chute e guardou no fundo das redes. Contrariando os prognósticos, o Tricolor vencia por 1 a 0 em Buenos Aires .
A alegria não durou muito. Os brasileiros sofriam dentro de campo. Com dois pontas abertos (Driussi e Mora), o River segurava os laterais são-paulinos. Os volantes Hudson e Thiago Mendes ficavam sobrecarregados na marcação de Ponzio e Fernández. A velocidade argentina preocupava – mesmo com a zaga formada por Maicon e Lugano levando vantagem em quase todos os lances.
Após escanteio cobrado pela esquerda, Denis saiu mal e deu um soco para baixo. A bola acertou Thiago Mendes e voltou para as redes. O River Plate deixava tudo igual, e o São Paulo teria ainda mais motivos para se lamentar.
Na origem do lance, Calleri sofreu falta clara quando o arqueiro Barovero estava fora da gol e o Tricolor poderia ampliar. Já no final do primeiro tempo, o atacante argentino invadiu a área e foi derrubado pelo adversário. O árbitro novamente ignorou a infração.
Jonathan Calleri, aliás, se candidatou a nome do jogo mesmo antes do apito inicial. Ex-jogador do River Plate, recebeu vaias a cada vez que tocou na bola. Em uma dessas ocasiões, já no segundo tempo, deveria ter caprichado mais. O cruzamento de Mena foi perfeito, o atacante chegou inteiro, mas desperdiçou o que seria o gol da vitória.
Calleri decepcionou, diferentemente de Ganso. Não só pelo gol. O meia era o único são-paulino que conseguia segurar a bola no campo de ataque, organizando as jogadas ofensivas. Confiante, proporcionou belo lance ao ser pressionado pela marcação adversária .
O River foi melhor na etapa final. Gallardo apostou em D’Alessandro, que pouco fez nos 35 minutos em que participou do jogo. No campo de defesa durante a maior parte do tempo, o São Paulo teve disciplina. A pressão argentina se limitou a bolas alçadas na área. Maicon e Lugano seguiram mostrando segurança, e Denis, desta vez, foi bem quando exigido.
O São Paulo foi competitivo até o apito final. A equipe de Bauza brigou em todos os lances, deu carrinho quando precisou e não se intimidou com o rival. Era Libertadores. A postura em campo convenceu. Os erros deixaram a impressão de que o resultado deveria ser melhor.