Pintado vai mesmo trocar o Guarani pelo São Paulo. O presidente do Bugre, Horley Senna, confirmou em entrevista coletiva nesta quarta-feira, no Brinco de Ouro, que o técnico deixará o clube após a partida contra o Barretos, no domingo, pela última rodada da primeira fase da Série A2. Seu futuro será no Morumbi: ele aceitou a proposta feita na semana passada para assumir o cargo de Milton Cruz e será um elo entre diretoria, comissão técnica e jogadores.
– O que é fato é que o Pintado não ficará após essa classificação – afirmou o dirigente bugrino.
O Tricolor, no entanto, não confirma a contratação de Pintado. A diretoria são-paulina diz apenas que o nome do ex-volante passa por análise no departamento de futebol, assim como outros profissionais. No Guarani, porém, a situação é dada como oficial. O técnico não fica nem mesmo se o clube avançar às quartas de final da Série A2. A diretoria busca agora um substituto para tocar o trabalho a partir de segunda-feira, quem sabe com o Bugre classificado.
– Pintado não tinha contrato quando entrou aqui. Foi olho no olho. Após os resultados, fizemos um novo vínculo até o final da Série C, e agora surgiu essa proposta do São Paulo. Não penso em não classificar. (Com a saída do Pintado) Aí temos nosso plano B e C, que agora não é o momento. Acredito que até o final da semana pode ter alguma coisa mais concreta – completou Horley Senna, em entrevista nesta tarde.
No Morumbi, Pintado voltará ao clube com o qual mais se identificou na carreira como jogador. Ele foi volante do grande time da década de 1990 e conquistou duas vezes a Libertadores (92 e 93), um título mundial (92) e dois Paulistas (85 e 92), entre outras taças menores. Anos depois, o ex-jogador volta para fazer a função de elo entre diretoria e elenco. A postura aguerrida de quando atuava e a relação intensa com o Tricolor pesaram para o seu retorno.
O trabalho de Pintado no Guarani durou de 24 de agosto, data de sua apresentação, até 3 de abril, ou seja, o próximo domingo. Foram 23 partidas, com 11 vitórias, sete empates e cinco derrotas. O melhor momento do técnico foi a invencibilidade entre a Série C do Brasileiro e o começo da Série A2 do Paulista. Sob sua direção, o Bugre ficou 13 partidas sem perder, de agosto a fevereiro.
Outro fator de destaque do trabalho de Pintado foi o espaço dado às categorias de base do clube no elenco profissional. O técnico promoveu vários garotos e inscreveu oito na Série A2: o goleiro Passarelli (único que não jogou), o zagueiro Léo Rigo, o volante Wesley, os meias João Vittor e Watson e os atacantes Gabriel Rodrigues, Lorran e Rai. Fica a dúvida sobre o aproveitamento dos jovens no segundo semestre.
O início promissor e os elogios, porém, ficaram pelo caminho a partir das primeiras derrotas. Pintado passou a ser questionado pela torcida em tropeços do Guarani na Série A2, em especial para equipes de campanhas inferiores (empate com o Rio Branco e derrotas para Paulista, Penapolense e Atlético Sorocaba, este já rebaixado). Muitos, ironicamente, pediam a saída do treinador para o São Paulo mesmo na reta final.
Pintado encerra ciclo no Guarani no domingo e volta a trabalhar no São Paulo (Foto: Rodrigo Villalba / Memory Press)
Excepcional a noticia, o Pintado é um excelente exemplo de profissional.