Sem grandes trunfos ou boas fases individuais para se apoiar, o São Paulo conta ao menos com um retrospecto muito favorável na Venezuela, local do jogo desta quarta, contra o Trujillanos, para acreditar que pode conquistar os três pontos na casa do adversário, em duelo marcado para as 19h30 (de Brasília), na cidade de Valera, pelo Grupo 1 da Copa Libertadores da América.
Em partidas válidas pela competição, o clube conta apenas vitórias em seus retrospecto. Foram duas visitas ao país vizinho, uma para enfrentar o Deportivo Táchira, em 2004, e outra para encarar o Caracas, em 2006. Ante o Táchira, por sinal, a equipe disparou uma goleada por 4 a 1, com gols de Grafite, Luis Fabiano, duas vezes, e Gustavo Nery. Contra o time da capital, 2 a 1, tentos anotados por Danilo e Aloísio.
O que mais chama atenção ao se vasculhar a história do Tricolor, no entanto, ocorreu antes até da principal competição do continente existir. Em 1955, a equipe conquistou o Torneio Internacional de Caracas, como noticiou A Gazeta Esportiva do dia 5 de agosto daquele ano. Celebrada um ano antes pelo Corinthians, a disputa era conhecida localmente como Pequena Copa do Mundo.
Na ocasião, finalizando uma excursão que proporcionou jogos na Colômbia e no México, os comandados de Vicente Feola começaram com uma “terrível atuação” de acordo com o jornal, que enviou um correspondente para acompanhar a equipe, levando uma goleada de 4 a 1 dos locais do La Salle, único revés de toda a história são-paulina no país.
Depois, encontraram seu melhor futebol e não deram chances para Valencia e Benfica, os outros adversários, além de devolverem a derrota para os donos da casa com um 3 a 1 na segunda parte do torneio. “Lidimo e brilhante campeão”, foi esse o título encontrado pelo principal diário de esportes do Brasil para exaltar o feito à época. “Superior tecnicamente, o Tricolor conseguiu conter o ímpeto dos espanhóis e leva para casa a taça”.
Nas linhas escritas, também foi realçada parte financeira da conquista. “O troféu, feito de prata e ouro e oferecido pelo General Marcos Pérez Gimenez, tem valor de 400 mil cruzeiros, sem falarmos nas 16 taças e outras medalhas oferecidas ao ganhador do torneio”. Com oito pontos, os são-paulinos ficaram dois à frente de Benfica e Valencia, além de quatro de vantagem sobre o La Salle
O time campeão tinha Poy; De Sordi e Mauro; Pé de Valsa, Bauer e Turcão; Maurinho, Lanzoninho (Paraíba), Gino Orlando, Dino Sani e Canhoteiro. Apesar de ter sido o artilheiro da campanha, com quatro gols marcados, Dino Sani não teve grande atuação no último duelo, de acordo com a publicação. Os destaques ficaram por conta de Turcão, “com grande força física”, e Lanzoninho, autor do tento no 1 a 1 contra o Valencia.
Veja a campanha da equipe e os números contra venezuelanos na Libertadores:
Pequena Copa do Mundo 1955:
São Paulo 1 x 4 La Salle
Benfica 0 x 0 São Paulo
São Paulo 2 x 0 Valencia
Benfica 2 x 4 São Paulo
São Paulo 3 x 1 La Salle
Valencia 1 x 1 São Paulo
Tricolor pela Libertadores contra venezuelanos:
2004
Deportivo Táchira 1 x 4 São Paulo
São Paulo 3 x 0 Deportivo Táchira
2006
Caracas 1 x 2 São Paulo
São Paulo 2 x 0 Caracas