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O São Paulo queria utilizar o jogo contra o São Bernardo para embalar a terceira vitória consecutiva e ir com todas as energias positivas possíveis para o duelo contra o River Plate-ARG, quinta-feira, pela segunda rodada da Taça Libertadores da América. Uma má atuação e uma virada do adversário no segundo tempo, no entanto, deixaram o Tricolor apenas com um 3 a 1 contra e a cabeça inchada antes da principal decisão até o momento na atual temporada.
Os gols foram marcados por Ganso, em belo chute da entrada da área ainda no primeiro tempo, enquanto Tata, Jean Carlos e Bruno, contra, concretizaram a merecida virada dos visitantes, que foram superiores após ficarem em desvantagem no placar. Ficou para o torcedor uma péssima imagem da atuação, mas pelo menos salvou-se Diego Lugano, um dos poucos com grande atuação na quente tarde paulistana.
Com o resultado, o clube do Morumbi, além da perda no moral, estaciona nos 13 pontos na tabela da competição, podendo perder a liderança do Grupo C para a Ferroviária. Com a mesma pontuação, o time de Araraquara recebe o Novorizontino neste domingo, às 18h30 (de Brasília). O time do ABC, por sua vez, consegue sua segunda vitória em oito partidas, deixa a lanterna do Grupo B e ganha fôlego na briga contra o rebaixamento.
Os comandados de Edgardo Bauza, já com a cabeça no duelo de quinta, terão o próximo compromisso pelo Estadual apenas no domingo, dia 13, quando encaram o clássico contra o Palmeiras, às 16h (de Brasília), no mesmo Pacaembu. Do outro lado, o Tigre terá uma semana de descanso para encarar o Audax, em casa, às 18h30 do mesmo domingo.
O jogo – Logo aos dois minutos de bola rolando, Carlinhos recebeu na área pelo lado esquerdo, limpou facilmente a marcação de Daniel Amora e na sequência foi derrubado por Eduardo, sofrendo pênalti claro. Calleri pegou a bola e chamou a responsabilidade para si. Com calma, o centroavante caminhou até a bola, esperou o goleiro cair para o canto direito e bateu no oposto, rasteiro. A bola, porém, saiu cerca de um palmo para fora.
Auxiliado pelo silêncio que se fazia no Pacaembu, o time visitante passou a tocar mais a bola e, mesmo sem grande qualidade técnica, conseguiu levar perigo ao gol de Denis. A principal chance veio aos dez, quando Cañete cobrou escanteio pelo lado esquerdo e João Francisco se antecipou ao goleiro são-paulino, mas mandou para fora.
Depois, em novo levantamento para a área, o zagueiro Luciano Castán ganhou com facilidade pelo alto e deixou Henan cara a cara com Denis. O atacante resolveu ajeitar e demorou a finalizar, dando brecha para Lugano, mostrando agilidade, fazer o corte, afastar o perigo e ouvir seu nome ser gritado pela arquibancada.
Recuperado do erro no pênalti, o São Paulo retomou o controle das ações e até abriu o placar, mas Rodrigo Caio estava impedido. Depois, Centurión ganhou jogada dentro da área, mas mandou por cima do gol. O momento de maior vibração dos torcedores, indignados com os seguidos erros de Calleri, porém, foi quando Lugano mais uma vez mostrou estar com o físico em dia e travou chute de Alyson já quase na pequena área.
O uruguaio, que àquela altura já era o melhor do time, ainda fez mais para aumentar a sua nota. Tranquilo na saída de bola, carregou até a intermediária e mandou no peito de Calleri, que dividiu com o zagueiro e deixou limpa para Ganso. O armador, apagado na primeira meia hora, fez valer sua presença em campo ao ajeitar e acertar lindo chute de canhota, sem chances para o goleiro.
Mesmo com a vantagem, o Tricolor conseguiu cair de produção. Acreditando que poderia levar a igualdade para o intervalo e aproveitando a nula contribuição do trio de meias tricolor na recomposição defensiva, o Tigre quase fez o tento do 1 a 1 no último lance da etapa inicial. O zagueiro João Francisco, no entanto, furou feio, livre na grande área.
Na volta para o segundo tempo, o jogo continuou sendo muito mais da equipe do ABC do que dos donos da casa. Henan, sempre em boa condição, deu trabalho para Lugano e Rodrigo Caio, mas pecou nas três finalizações que tentou. Em outro lance, Jean Carlos chutou forte em cobrança de falta da intermediária e exigiu boa defesa de Denis.
O São Paulo resolveu responder e quase ampliou em lances de Rodrigo Caio,Carlinhos e Ganso, mas acabou surpreendido após não respeitar os diversos avisos que o jogo dava. Tata recebeu dentro da área e, sem ângulo, tentou um cruzamento. A bola acabou desviando em Rodrigo Caio e encobriu Denis, que não teve qualquer chance de defesa.
O gol bagunçou ainda mais o São Paulo, que não se achava na marcação. Bauza tentou modificar a equipe com as entradas de Rogério e Alan Kardec no lugar de Mena e Thiago Mendes, mas levou um golpe duro logo na sequência. Aos 32 minutos, Henan ganhou mais uma da zaga e, dessa vez, resolveu não chutar. Rolou para trás, Denis e Bruno não cortaram e Jean Carlos bateu firme, rasteiro, por baixo do goleiro são-paulino.
Os donos da casa ainda se lançaram desesperadamente ao ataque, mas não conseguiram vencer a bem postada defesa rival. Ainda deu tempo de Tata fazer a festa na defesa são-paulina e chutar rasteiro para a pequena área, onde Bruno colocou contra o próprio patrimônio, para fechar a revolta da torcida.
FICHA TÉCNICA
SÃO PAULO 1 X 3 SÃO BERNARDO
Local: Estádio do Pacaembu, em São Paulo (SP)
Data: 5 de março de 2016, sábado
Horário: 16 horas (de Brasília)
Árbitro: Rodrigo Guarizo Ferreira do Amaral (SP)
Assistentes: Mauro André de Freitas e Evandro de Melo Lima (ambos de SP)
Público: 11.771 pagantes
Renda: R$ 453.397,00
Cartões amarelos: Cañete e Eduardo (São Bernardo)
Gols:
SÃO PAULO: Paulo Henrique Ganso, aos 30 minutos do primeiro tempo
SÃO BERNARDO: Tata, aos 24, Jean Carlos, aos 32, e Bruno, contra, aos 47 minutos do segundo tempo
SÃO PAULO: Denis; Bruno, Lugano, Rodrigo Caio e Mena (Rogério); Hudson, Thiago Mendes (Alan Kardec), Centurión (Wesley), Ganso e Carlinhos; Calleri
Técnico: Edgardo Bauza
SÃO BERNARDO: Luiz Daniel; Eduardo, João Francisco (Rayan), Luciano Castán e Magal; Daniel Amora (Tata), Marino, Jean Carlos, Alyson (Kanu) e Cañete; Henan
Técnico: Sérgio Soares