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Guilherme Palenzuela
Contra um time argentino, um argentino foi decisivo para que o São Paulo finalmente respirasse aliviado na Libertadores. Com dois gols de Jonathan Calleri, a equipe do Morumbi venceu o River Plate por 2 a 1 e agora precisa apenas de um empate contra o The Strongest para avançar para as oitavas de final da Libertadores. Iván Alonso descontou para o time argentino.
Criticada pela ausência durante boa parte da temporada, a torcida marcou presença no momento decisivo do São Paulo na Libertadores. 51.342 torcedores estiveram presentes no Morumbi para acompanhar a vitória, recorde no futebol brasileiro em 2016.
Com o resultado, o São Paulo permanece na segunda posição do grupo 1, com oito pontos, mesma pontuação do líder River Plate. O The Strongest, adversário na próxima rodada, aparece em terceiro com 7. O lanterna Trujillanos, com 4, já não tem mais chances de classificação.
A última rodada da chave acontece na próxima quinta-feira (21), às 21h45. Já classificado, o River Plate recebe o Trujillanos, no Monumental de Núñez, enquanto o São Paulo vai a La Paz, na Bolívia, enfrentar o The Strongest.
CALLERI DECIDE MAIS UMA VEZ
Nessa Libertadores não tem ninguém mais decisivo para o São Paulo do que Jonathan Calleri. Assim como aconteceu contra Cesar Vallejo, o atacante fez gols determinantes para o resultado favorável ao time brasileiro. Dessa vez, foram dois – um aos 28 minutos do primeiro tempo e outro aos 14 minutos da segunda etapa.
Ex-jogador do Boca Juniors, o atacante chamou atenção também por sua rivalidade com o River. No primeiro gol, mandou a torcida adversária calar a boca. No segundo tempo, se envolveu em confusão, recebeu cartão amarelo e fez até com que Ganso pedisse para que Edgardo Bauza substituísse o argentino, o que aconteceu aos 26 minutos.
CONFUSÃO FAZ TORCIDA LEMBRAR LUIS FABIANO
O clima de tensão que vinha desde a partida na Argentina explodiu na partida no Morumbi. Pouco tempo depois do segundo gol são-paulino, uma confusão teve início. Vangioni chutou a bola em cima de Bruno, que estava no chão, e começou a se estranhar com Hudson. Na sequência, o próprio Vangioni deu um tapa na cara de Calleri. Por causa do lance, Vangioni foi expulso e Calleri recebeu o cartão amarelo.
Enquanto a confusão rolava, a torcida do São Paulo gritava o nome de Luis Fabiano. Em 2003, durante a partida entre São Paulo e River Plate, pela semifinal da Libertadores, o atacante deu uma voadora nas costas de um jogador argentino e foi expulso. Na saída de campo, afirmou que “entre brigar e bater o pênalti (a partida ia para as penalidades), eu prefiro ajudar na briga”.
E A TORCIDA SAIU DO SOFÁ
A comunicação do São Paulo pediu e a torcida atendeu. Depois da goleada por 6 a 0 sobre o Trujillanos, o departamento do clube lançou uma peça publicitária pedindo para os torcedores “saírem do sofá”. E pela primeira vez no ano, o Morumbi tremeu. 51.342 são-paulinos empurraram a equipe, que apresentou uma intensidade ainda não vista até então na temporada.
No banco de reservas por opção de Bauza, Diego Lugano foi quem teve o nome mais gritado pelo público presente no Morumbi. O clima estava tão bom nas arquibancadas, que até o desafeto Michel Bastos foi aplaudido e teve seu nome cantado quando foi substituído.
DENIS FALHA DE NOVO CONTRA O RIVER
Autor da falha que resultou no gol de empate do River Plate na primeira partida entre os clubes, na Argentina, Denis novamente cometeu erro que poderia ter complicado a vida do São Paulo no Morumbi. No fim do primeiro tempo, saiu mal do gol após bola levantada para a área em cobrança de falta e permitiu o gol de Alonso.
No último lance da partida, por pouco, Denis não falhou mais uma vez. Após cruzamento vindo da esquerda, o goleiro não alcançou a bola e Mena mandou para escanteio.
APOSTA DE BAUZA É SOLUÇÃO PARA LOSANGO DO RIVER
Diferentemente do que aconteceu na Argentina, o espaço dado pelo River Plate a Paulo Henrique Ganso foi muito menor no Morumbi. Com o meio-campo formado em um losango, o time argentino dificultou a saída de bola são-paulina durante boa parte da primeira etapa.
O São Paulo foi encontrar desafogo nos pés de um antes negociável jogador do clube. Se no início do ano João Schmidt quase foi emprestado ao Avaí, agora foi dele a boa atuação para ajudar o clube e retribuir a confiança depositada por Bauza. Em mais um bom jogo, o volante foi o principal nome da saída de bola são-paulina, ajudando a equipe a se livrar da pressão do losango argentino. A boa partida, no entanto, acabou manchada no final do segundo tempo. Depois de receber um cartão amarelo por reclamação, o volante viu o segundo após entrada dura em Bertolo e foi expulso.