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Derrota para o Audax se junta a lista de vexames contra rivais menores do estado, mas o fato de já estar há 10 jogos sem vencer um grande incomoda mais no Morumbi.
O São Paulo foi eliminado pelo Osasco Audax, dono de futebol envolvente, sistema de jogo inovador, mas um time pequeno do estado. Assim como havia sido para o Bragantino, o Penapolense e a Ponte Preta, equipes do interior paulista. Perder jogos decisivos tem sido um dos lados da corda de vexames que gira em torno do Tricolor nos últimos anos.
A goleada de 4 a 1, sem falar no domínio total que deixou o torcedor com a sensação de que “poderia ter sido mais” expôs o São Paulo de astros como Paulo Henrique Ganso, jogadores de Copa do Mundo como Michel Bastos, ídolos como Lugano, a mais um resultado difícil de explicar.
Tanto que Edgardo Bauza falou em cansaço no segundo tempo. Ficou difícil entender porque ele acha que esse mesmo cansaço não será empecilho na altitude de La Paz, onde os efeitos do ar rarefeito são cruéis com o fôlego de quem não está habituado, quinta-feira, contra o The Strongest. O São Paulo precisa pelo menos de um empate para seguir na Libertadores.
A derrota por Audax tirou a equipe da semifinal do Paulista e impediu mais um clássico. Pode ser um alívio, pensando por esse lado. A outra ponta da corda de vexames tricolores tem derrotas para os principais rivais. Algumas marcantes. No ano passado, teve 4 a 0 a favor do Palmeiras, 6 a 1 do Corinthians e um agregado de 6 a 2 do Santos na semifinal da Copa do Brasil.
– Sempre me incomoda porque o São Paulo tem sempre obrigação de ganhar, e tentou ganhar – afirmou o treinador sobre a goleada frente o Audax.
Em 2013, num ano terrível que teve ameaça de rebaixamento, o Tricolor poderia se redimir com o bi da Copa Sul-Americana, mas foi eliminado pela Ponte Preta, na semifinal. Muricy Ramalho era o técnico, assim como nas derrotas para o Penapolense e o Bragantino, no Paulistão e na Copa do Brasil de 2014, respectivamente.
Se sofre contra equipes do interior, de orçamento muito menor, o São Paulo também tem penado diante dos rivais, nos clássicos. São as derrotas que mais causam dor na torcida. A última vitória foi sobre o Santos, no primeiro turno do Brasileirão do ano passado, por 3 a 2.
Parece que tudo se agrava no mata-mata. As eliminações consecutivas para o mesmo Santos no Paulistão (quatro nos últimos seis anos) retratam bem. Foram outras duas para o Corinthians, desde 2009, além de uma derrota na disputa pelo título da Recopa, em 2013.
Explicação? Nem mesmo o São Paulo tem na ponta da língua a solução para os fracassos recentes. Culpa uma sequência longa, de anos, de decisões erradas, planejamentos mal feitos, mudanças constantes de treinador e, sempre, um grupo de jogadores que não tem intimidade com momentos decisivos.
Momentos como o que a equipe vai viver na quinta-feira. A 3.800 metros, terá de trazer para a capital paulista pelo menos um pontinho para ir às oitavas de final da Libertadores. O jogo será contra o The Strongest, que venceu o São Paulo no Pacaembu, primeira vitória do time boliviano fora de casa no torneio em 39 anos. Um vexame internacional, pois.