Lugano aceita reserva e se dedica a aconselhar jovens do elenco

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Tomás Rosolino – Gazeta Esportiva
Tratado como líder por Edgardo Bauza, Lugano usa conversas para motivar jovens jogadores no clube (Foto: Fernando Dantas/Gazeta Press)
Tratado como líder por Edgardo Bauza, Lugano usa conversas para motivar jovens jogadores no clube (Foto: Fernando Dantas/Gazeta Press)

Diego Lugano ficou fora do jogo que mais esperava desde que retornou ao São Paulo, mas aceitou bem a reserva e segue aproveitando sua influência para dar dicas ao restante do elenco. Apesar de ter sido preterido por Edgardo Bauza na vitória por 2 a 1 diante do River Plate, na última quarta-feira, no estádio do Morumbi, o uruguaio foi um dos que mais comemorou o triunfo e não deu qualquer sinal de irritação com o fato de Rodrigo Caio ser o titular.

Nesta quinta-feira, quando os titulares realizaram apenas um treino regenerativo, foi a vez da versão “conselheira” de Lugano entrar em vez. Respeitado pelos jogadores, ele aproveitou da sua influência sobre os mais jovens para motivar o lateral direito Auro, recém-chegado de um empréstimo ao Linense, clube no qual pouco atual na fase de grupos deste Campeonato Paulista.

“E aí, moleque, como foi lá?”, perguntou Lugano ao lateral, que tirava as chuteiras sentado ao lado do gramado. “Mais ou menos”, respondeu Auro. “Mais para menos”, completou o auxiliar de preparação física do clube, Zé Mario Campeiz. Ao ouvir a resposta e a feição pouco satisfeita do garoto, Lugano fez questão de rebater.

“Mas isso fica como experiência. Se não serve como puntaje (expressão em espanhol para designar títulos e conquistas), serve como uma experiência. É só você querer que isso vai te fazer crescer. Mas tem que querer”, observou o zagueiro, antes de caminhar para a saída do campo, enquanto Auro apenas assentia para o companheiro.

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A postura profissional com a reserva também foi bastante elogiada internamente, principalmente após as declarações dadas pelo jogador na segunda-feira. Considerado o maior ídolo do atual elenco devido à excelente passagem que teve entre 2003 e 2006, o defensor disse que voltou ao Tricolor para jogar partidas como essas. “Morumbi lotado, torcida vibrando, clima muito bom de competição. Acho que todos adoram isso”, contou, antes de saber que ficaria no banco.

Antes do embate, ele não teve grande participação na parte motivacional. Maicon, que já havia sido o nome de maior voz no duelo na Argentina, foi quem tomou a palavra no vestiário para pedir o máximo de dedicação possível aos companheiros. Durante o jogo, no entanto, Lugano foi quase um 12º jogador, orientando quem passava próximo ao aquecimento dos reservas.

Nos gols, comemorou efusivamente, inclusive sendo o primeiro suplente a chegar para abraçar Calleri no segundo tento. Na hora da confusão, que culminou na expulsão do lateral esquerdo Vangioni, foi quem acalmou o centroavante argentino e pediu calma ao restante dos companheiros. “Ele é um cara muito importante para nós, não tem como negar”, assegurou o volante Hudson.

Atitude e influência no grupo à parte, o ex-capitão da seleção uruguaia vive a expectativa agora de atuar nas quartas de final do Paulista, contra o Osasco Audax, domingo, às 18h30, na casa do adversário. O técnico Edgardo Bauza não definiu se utilizará força total no embate por causa da partida diante do Strongest, na quinta-feira, em La Paz. Caso opte por um time misto, é muito provável que Lugano esteja entre os escolhidos.