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André Rocha
Na definição das oitavas-de-final da Libertadores parecia claro que o São Paulo seria o brasileiro com mais problemas. Irregular, disperso, goleado pelo Audax no Paulista, sofrendo para garantir a classificação na fase de grupos. Contra o Toluca que liderou o grupo do Grêmio e venceu o time gaúcho no México com um jogador a menos. Decidindo fora.
Pior, sem o artilheiro Calleri no jogo do Morumbi e com problemas também na meta com a expulsão de Denis contra o Strongest. Renan Ribeiro foi o escolhido. No ataque, o mais óbvio e simples seria Edgardo Bauza optar por Allan Kardec. Preferiu o contestado Centurión como uma referência móvel na frente. Semana de turbulência política também. Tudo para dar errado.
Deu em passeio. No ritmo de um Ganso intenso, líder, referência para as combinações pelos lados que fizeram o São Paulo acuar os mexicanos, especialmente o assustado goleiro Talavera que soltava quase todas. Eletricidade que fez a torcida jogar junto e ajudar a construir os 4 a 0. A melhor atuação do time de Bauza. Um recital de Paulo Henrique.
Primeiro tempo primoroso! De 72% de posse, vinte finalizações contra nenhuma do adversário. Muito pela pressão no campo de ataque, pelos desarmes de Hudson. Jogo pelo alto ou com passes rasteiros. Repertório e volume. Gol e desempenho fantástico de Michel Bastos. Outro de Centurión num chute espetacular. O primeiro dele em 2016.
Em 16 minutos depois do intervalo, jogo resolvido e classificação encaminhada. Thiago Mendes e Centurión novamente. O argentino foi heroi improvável da goleada do único brasileiro a ir às redes na ida das oitavas. Sim, aquele que parecia “zebra”. Entre aspas pela camisa pesada, pelos três títulos. Mas pouco confiável. Mesmo com os desfalques do Toluca.
Só que o futebol pode virar tudo pelo avesso. Até o São Paulo de Bauza e Ganso.