O São Paulo FC está para a Copa Libertadores assim como o gin está para a água tônica, o arroz está para o feijão e a batata frita para o catchup. É a combinação perfeita. Só quem é são-paulino consegue perceber a diferença do clima num dia jogo de Libertadores no Morumbi.
São dias diferentes desde o momento em que despertamos e a noite de quinta-feira, 28 de abril de 2016 foi mais uma daquelas noites histórica para a torcida tricolor. Uma atuação de gala para lavar a alma. Uma noite inesquecível.
Muito mais do que os inúmeros desfalques da equipe adversária, foi a postura do São Paulo o fator que desequilibrou o confronto. Marcação forte e intensidade ofensiva durante praticamente o jogo inteiro. Muito raro ver uma equipe manter um ritmo tão intenso por tanto tempo. Na primeira etapa foram 71% de posse de bola tricolor e 18 finalizações. O goleiro Renan Ribeiro foi um mero espectador.
Paulo Henrique Ganso foi o melhor jogador em campo, assim como nos jogos contra o River Plate em Buenos Aires e no Morumbi, o que mostra que pela primeira vez desde que chegou ao clube ele está conseguindo assumir a função de grande maestro da equipe, coincidentemente na primeira temporada após a retirada o M1TO. Pode ser somente uma coincidência, pode ser fruto do trabalho de Edgardo Bauza que desde sua chegada o trata como um jogador fundamental, mas pode sim ter alguma relação com o fato do elenco não ter mais um jogador visto como um dos maiores da história do clube, para mim o maior.
O time todo foi muito bem e apesar do Toluca ter criado muito poucas chances, os volantes e a zaga tricolor estiveram impecáveis. Foi possível notar uma organização tática proposta pelo treinador, aplicada fielmente pelos jogadores. Isso não vinha acontecendo antes da maneira eficiente como se viu nesse jogo. Agora o time tem uma atuação que pode ser usada como referência para toda a temporada.
Importante a reconciliação de Michel Bastos e Centurión com a torcida. Ambos precisavam de uma atuação convincente para recuperar a própria confiança e o apoio dos torcedores. Ainda é cedo para falar que Centurión voltará a ser o jogador que chamou a atenção jogando pelo Racing-ARG, mas podemos afirmar que o Patón tem muito mérito nesse possível resgate, pois quando 10 em cada 10 torcedores diziam que este jogador não deveria ter mais nenhuma oportunidade, o comandante se manteve absolutamente convicto de que deveria continuar contando com ele.
Bauza adotará a mesma conduta em relação ao goleiro Denis, que apesar de muito questionado pelas seguidas falhas que vem cometendo, retornará ao gol no próximo jogo.
Acho correta essa decisão por se tratar de um ótimo goleiro e também por uma questão de respeito por um profissional que esperou pacientemente durante anos por essa oportunidade. Qualquer goleiro sentiria a pressão de vestir a camisa 1 de um clube grande como o São Paulo FC, acrescida da responsabilidade de suceder ninguém menos do que Rogério Ceni. É preciso ter consideração e respeito pelo Denis.
O jogo no México não será fácil e não há nada definido em relação à classificação. A partida de quarta-feira tem tudo para ser um divisor de águas entre a irregularidade de antes e o surgimento de um time capaz de lutar por títulos ainda esse ano. Independentemente do que vier a acontecer daqui em diante, é preciso respaldar o trabalho que a comissão técnica vem realizando e buscar os reforços pontuais que são necessários. Estamos em um bom caminho.
Sandro Acosta é jornalista e escreve nesse espaço todos os sábados.
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