Por mercado, times fazem ‘campanha’ para São Paulo ser sede da Liga Sul-Americana

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ESPN.com.br

Marcus Alves, de São Paulo

Os clubes se reuniram em auditório no Morumbi para discutir os assuntos
Os clubes se reuniram em auditório no Morumbi para discutir os assuntos

Mais do que fiscalizarem a Conmebol à distância, os brasileiros querem se ‘sentar à mesa’ e assumir o protagonismo com a Liga Sul-Americana de Clubes. Essa foi uma das discussões que marcou o terceiro encontro da entidade, nesta quinta-feira, no estádio do Morumbi, em São Paulo, e que, ainda que de forma sutil, opôs os cartolas locais de representantes de outros países.

Ao todo, estiveram presentes pelo Brasil o anfitrião São Paulo, Palmeiras, Corinthians, Santos, Flamengo, Fluminense, Vasco, Botafogo, Atlético-MG, Cruzeiro, Grêmio e Inter.

Como pretendem dar um viés mais comercial à Liga Sul-Americana, eles insistiram que a capital paulista seja definida como a sua sede.

Existe também a preocupação de se afastar da Conmebol e evitar alternativas que causem estranheza como Luque, cidade vizinha a Assunção, capital do Paraguai, que abriga hoje o prédio da confederação.

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O Peñarol sugeriu ainda Montevidéu enquanto que o Boca Juniors, Buenos Aires.

A expectativa é de que o assunto seja selado no próximo encontro dos clubes, em 19 de maio, em Assunção.

Por trás da ‘campanha’ em torno de São Paulo, há o desejo de fazer com que a Liga Sul-Americana não sirva apenas para monitorar o trabalho da Conmebol, mas também para negociar os contratos e contando, assim, como sede com um dos principais centros financeiros da América Latina.

Foi feita informalmente, durante as conversas, a pergunta sobre onde cada um montaria a sua empresa para defender a linha de pensamento.

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Não está descartado, nesse primeiro momento, que a Conmebol siga organizando os campeonatos.

A estimativa atual é de que a confederação entregue aos times somente 1/3 de toda a grana faturada com acordos de publicidade e de direitos televisivos. Mesmo com aumento recente após pressão inicial, o valor hoje não supera U$ 600 mil (R$ 2,1 milhões) por partida como mandante. Uma das exigências é que os atuais contratos sejam abertos para que, assim, se distribua o dinheiro de maneira ideal.

Os clubes não querem deixar o momento passar. Apenas em 2015, a Conmebol teve três presidentes, dois deles presos – Nicolás Leoz e Eugenio Figueiredo – e outro detido – Juan Ángel Napout – após investigações do FBI no futebol. A entidade é agora comandada pelo paraguaio Alejandro Domínguez.