UOL
Guilherme Palenzuela
A diretoria do São Paulo se prepara para contratar alguns reforços no meio do ano, mas já afirma que o processo não será conduzido exclusivamente por indicações feitas pelo técnico Edgardo Bauza. Segundo avaliação da diretoria, não haverá grande reformulação e os reforços serão escolhidos pela adequação ao projeto traçado pelo clube, e não apenas pelo treinador.
“Vamos esquecer a palavra reformulação. Ela nos induz a dizer que vamos mexer profundamente, vender muita gente e trazer muita gente. Não é o caso. O que digo é: vamos agir dentro das possibilidades e do que nós imaginamos ideal para o São Paulo, e não para o treinador do São Paulo. Porque hoje ele está conosco, está mantido e tem nossa confiança, mas um dia pode não estar. Se eu trago jogadores que só agradem a ele e não ao clube, o que faço com esses caras depois?”, falou o diretor de futebol Luiz Cunha, ao UOL Esporte.
Na prática, isso significa que o São Paulo não seguirá cegamente as indicações de Bauza para reforçar o plantel. Os nomes indicados pelo argentino serão estudados pela diretoria de futebol e pelo departamento de análise de desempenho, e, se houver consenso, negociações serão abertas. Da mesma forma, o treinador receberá indicações dos funcionários fixos do São Paulo e poderá aprovar ou não as sugestões.
Bauza quer cinco jogadores além da permanência do zagueiro Maicon. O treinador entende que precisa de um lateral, um volante, dois atacantes que possam jogar pelos lados do campo e mais um centroavante para suprir a saída de Jonathan Calleri, que tem contrato de empréstimo válido apenas até 30 de junho.
A postura adotada por Luiz Cunha não difere tanto do que se adota em outros clubes: o treinador recomenda e discute contratações, mas não tem total autonomia para atuar no mercado de transferências – vale, também, a avaliação do clube sobre os reforços. Tal postura, porém, difere do que se falava quando o departamento era comandado por Ataíde Gil Guerreiro, hoje diretor de relações institucionais do clube. À época, falava-se em construir um “projeto a partir do Bauza”.
O termo “reformulação” é refutado pela diretoria pois se entende que não há disponibilidade hoje para vender jogadores do elenco. Como apontado pelo zagueiro Diego Lugano na segunda-feira, depois do 4 a 1 sofrido contra o Osasco Audax que eliminou o São Paulo do Paulistão, o elenco é pequeno e tem dificuldades para encarar competições simultâneas como o Paulistão e a Copa Libertadores.
Nos próximos meses, o São Paulo poderá encontrar calendário um pouco mais calmo – mesmo se avançar às oitavas de final da Copa Libertadores –, mas poderá ser atrapalhado pelas convocações das seleções nacionais. Em junho, a Copa América deve tirar o lateral esquerdo Eugênio Mena para a seleção chilena. Depois, a partir da segunda quinzena de julho os zagueiros Rodrigo Caio e Lucão deverão defender o Brasil na Olimpíada. Ainda em julho, o também zagueiro Lyanco deverá disputar a Eurocopa sub-19 pela Sérvia.