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Alexandre Lozetti
Volante ganha vaga no meio-campo em razão da lesão de João Schmidt, mas Bauza espera que ele tenha o rendimento do ano passado. “Versão 2016” ainda não decolou
A lesão no joelho de João Schmidt abre caminho para a volta de um jogador de desempenho “bipolar” ao meio-campo do São Paulo. Thiago Mendes terminou 2015 deixando no ar aquela sensação de que “em 2016 esse rapaz vai arrebentar…”. Não arrebentou. Pelo contrário, virou reserva de um jovem que jamais havia tido longa sequência na equipe. Neste domingo, às 18h30, Thiago terá a chance de tentar retomar o posto. Ele será titular contra o Audax, pelas quartas de final do Paulistão.
O volante até começou bem o ano, foi o autor do primeiro gol, no amistoso contra o Cerro Porteño. Mas ao passo em que seu parceiro Hudson cresceu, Thiago minguou. Foi como se a evolução de um tivesse ofuscado o outro, em vários aspectos. Hudson passou a surgir no ataque com muito mais frequência. Com personalidade, multiplicou-se no meio-campo. Ficou a sensação de que não havia espaço para os dois.
Agora, nos momentos mais decisivos do ano, Edgardo Bauza terá de encontrar uma maneira de fazê-los render juntos. João Schmidt ficará pelo menos duas semanas parado.
O “modelo 2015” de Thiago Mendes evoluiu muito durante a última temporada, sobretudo depois da passagem do técnico colombiano Juan Carlos Osorio, com quem chegou a atuar de lateral-direito. No fim do ano, o volante se destacou por gols importantes, como diante do Figueirense, no último segundo da partida, decretando a vitória que deixou a equipe à beira da Libertadores.
A diretoria ficou impressionada com sua facilidade de transpor as linhas de marcação. A finalização de média e longa distância também chamou atenção. Tanto que, em dezembro, o São Paulo adquiriu mais 40% de seus direitos econômicos e aumentou sua autonomia sobre o atleta, que poderia ser negociado por cláusulas do antigo vínculo.
Porém, a “versão 2016” não manteve o ritmo. Estagnou, e na maioria das partidas andou para trás. É consenso que uma das razões para a leve melhora que o time teve nas últimas rodadas é o desempenho de Hudson e João Schmidt, com qualidade na saída de bola e boa chegada à frente. Com o Patón, não há tanta distinção entre um “primeiro volante” e um “segundo volante”. Os dois se revezam o tempo inteiro entre marcação e apoio. A compreensão desse movimento também parece ter sido um empecilho para Thiago nesses primeiros meses.
A expectativa da comissão técnica é que, com o time mais ajustado do que antes, individualmente o camisa 23 possa crescer e fazer a diferença que fez no fim de 2015.