Vendas impulsionam receitas, mas São Paulo tem déficit de R$ 72,5 milhões

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GloboEsporte.com

Arrecadação de R$ 108,8 milhões com transferências de atletas não evitam prejuízo significativo do clube em 2015, apesar de menor do que o apresentado no ano anterior.

Morumbi São Paulo (Foto: Marcos Ribolli )

Receitas do São Paulo em 2015 alcançaram a marca de R$ 330,8 milhões,(Foto: Marcos Ribolli )

Um salto de 165% na venda de direitos econômicos de atletas impulsionou a arrecadação do São Paulo em 2015, mas não impediu que o clube registrasse déficit significativo nas contas do ano passado.

A agremiação do Morumbi apresentou receitas de R$ 330,8 milhões, com prejuízo de R$ 72,5 milhões, em balanço patrimonial publicado nesta quinta-feira.

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Os resultados, porém, são melhores do que o da temporada anterior, quando a receita foi 23% menor (R$ 253,3 milhões) e o déficit foi 38% maior (R$ 100,1 milhões). As negociações de jogadores foram a principal fonte de arrecadação tricolor em 2015.

O clube ganhou R$ 108,8 milhões com a venda de oito atletas, além de empréstimos, indenizações e com o mecanismo de solidariedade que beneficia times formadores. O volante Boschilia, vendido ao Monaco, da França, rendeu R$ 34,6 milhões – o negócio mais lucrativo.

As transferências geraram despesas de R$ 47,3 milhões (R$ 8,2 milhões em intermediações, R$ 39,1 milhões no repasse de direitos a parceiros), mas o saldo de R$ 61,4 milhões ainda é superior ao total arrecadado com vendas no ano anterior, de R$ 40,9 milhões.

As contas do São Paulo, em 2015: R$ 330,8 milhões em receitas, R$ 403,4 milhões em despesas, déficit de R$ 72,5 milhões; a negociação de direitos de atletas representou arrecadação de R$ 108,8 milhões e lucro de R$ 61,4 milhões

No relatório de administração que acompanha o balanço, o presidente Carlos Augusto de Barros e Silva, o Leco, classifica 2015 como um ano “atípico” pelo situação política que levou à renúncia do ex-presidente Carlos Miguel Aidar, acusado de corrupção, e diz que o último bimestre “voltou-se principalmente à reconstrução da imagem” do clube.

Leco cita uma redução nos custos do futebol profissional, de R$ 127,2 milhões para R$ 123,4 milhões, e projeta nova queda neste quesito para 2016.

Por fim, o dirigente prevê diminuição “significativa” no déficit com aumento de receitas nos direitos de transmissão, adesão ao Profut (programa de refinanciamento da dívida de impostos), políticas de austeridade e pela “redução do quadro de atletas profissionais” – de acordo com a demonstração financeira, ao fim de 2015 o São Paulo mantinha vínculo com 84 jogadores.

Valores arrecadados com negociações de atletas:

Oswaldo (Al-ahli): R$ 5,4 milhões
Souza (Fenerbahce): R$ 27,4 milhões
Denilson (Al Wahda): R$ 10,5 milhões
Paulo Miranda (RB Salzburg): R$ 9,1 milhões
Boschilia (Monaco): R$ 34,6 milhões
Rafael Toloi (Atalanta): R$ 14,7 milhões
Hernanes (Lazio): R$ 1,1 milhão
Jonathan Cafu (Ludogorets): R$ 734 mil
Indenizações: R$ 2,4 milhões
Empréstimos: R$ 1,5 milhão
Solidariedade: R$ 904 mil