Votação sobre Aidar e Ataíde divide atenção de cartolas com jogo em La Paz Comente

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UOL

Perrone

Uma pilha de 900 páginas separadas em seis volumes divide a atenção dos cartolas são-paulinos com o jogo decisivo na altitude de 3.600 de La Paz, contra o The Strongest, nesta quinta. A papelada relata o trabalho da Comissão de Ética do Conselho Deliberativo do clube sobre uma série de denúncias de irregularidades na gestão de Carlos Miguel Aidar.

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Nesta sexta, a documentação deve aumentar com o parecer da comissão, que vai indicar se dirigentes, principalmente Aidar e Ataíde Gil Guerreiro, devem ter seus mandatos de conselheiros cassados ou serem suspensos por 90 dias, se não forem absolvidos.

A reunião, que vai acontecer na próxima segunda, fez muita gente no Morumbi deixar a partida que classifica ou elimina o time da Libertadores em segundo plano. Boa parte da diretoria está empenhada em garantir que, caso a comissão opte pela exclusão de Aidar, a maioria do conselho vote a favor dela. Ao mesmo tempo, dirigentes trabalham para que uma eventual punição a Ataíde seja rejeitada.

Na oposição, há uma ala considerável que faz campanha para que Ataíde, contra quem pesa principalmente a acusação de agredir o ex-presidente quando ele ainda estava no cargo, seja punido com a mesma intensidade de Aidar.

Assim, o clima de guerra política se assemelha ao que antecedeu à votação na Câmara sobre a instalação do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff no Senado.

Um dos fatos que fizeram a temperatura subir na véspera do jogo em La Paz foi a queixa de parte dos opositores que afirmavam nos bastidores que o relatório irá ser pesado contra Aidar e leve em relação ao ex-vice de futebol, atualmente diretor de relações institucionais.

“Quem fala que sabe qual vai ser o parecer está especulando porque eu nem o escrevi ainda”, disse ao blog José Roberto Ópice Blum, presidente da Comissão de Ética.

Ciente do trabalho de diretores para convencer conselheiros a aprovarem sua eventual cassação, Aidar contribuiu para o clima de batalha política ao enviar mensagem aos membros do Conselho em sua defesa. “Do ponto de vista técnico, nada ficou provado contra mim e nem ficaria porque nada cometi de irregular. Nem eu e nem ligado a mim ou que tenha participado da minha diretoria cometeu”, diz o ex-presidente em trecho de sua carta.

Na votação sobre o parecer os conselheiros não poderão agravar ou diminuir eventuais penas sugeridas pela Comissão de Ética. Deverão apenas votar se aceitam ou rejeitam o que for indicado.