Análise: São Paulo não se encaixa pelo chão, mas ganha jogo pelo alto

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O São Paulo não teve uma atuação brilhante, o resultado deixa o torcedor desconfiado em relação ao jogo da volta, na próxima quarta-feira, no Independência, mas a vitória por 1 a 0 sobre o Atlético-MG ficou de bom tamanho. Em um jogo violento, com acidente com a torcida, o Tricolor venceu mais uma vez no Morumbi, levando para o Independência a vantagem do empate para chegar à semifinal da Taça Libertadores da América.

Michel Bastos não tinha condições físicas de atuar por 90 minutos, e o São Paulo sentiu a ausência do jogador. Edgardo Bauza colocou Wesley entre os titulares, mas precisou mexer na configuração de ataque. O volante atuou pelo lado direito, deslocando Kelvin para esquerda.

São Paulo começou a partida com Kelvin pela esquerda e Wesley pela direita (Foto: GloboEsporte.com)São Paulo começou a partida com Kelvin pela esquerda e Wesley pela direita (Foto: GloboEsporte.com)

A mudança fez o Tricolor perder força ofensiva. Pelo lado direito, Wesley não se entendia com Bruno, Ganso não se destacava, e as triangulações não existiam. Ao atuar pelo lado esquerdo, Kelvin não conseguia fazer sua principal jogada, a diagonal, saindo do lado direito e carregando a bola com a perna esquerda para o meio.

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O Galo oferecia pouco perigo, mas, quando chegou ao ataque, conseguiu balançar as redes. A sorte da torcida tricolor foi que a arbitragem estava atenta no lance e indicou a posição irregular do atacante Lucas Pratto.

O São Paulo era estático. Mesmo com maior presença no campo de ataque, a bola mal chegava em Calleri. Veja no exemplo abaixo: ao dominar a bola no lado esquerdo, Mena levanta a cabeça, mas não encontra nenhum companheiro dentro da área.

Mesmo com a posse de bola, São Paulo não conseguia agredir o Galo no campo ofensivo (Foto: GloboEsporte.com)Mesmo com a posse de bola, São Paulo não conseguia agredir o Galo no campo ofensivo (Foto: GloboEsporte.com)

Se faltou criatividade dos dois lados, sobrou violência. Com 28 minutos jogados, o árbitro Wilmar Roldán já havia distribuído seis cartões amarelos. A tensão entre os atletas era tanta que o colombiano precisou chamar os capitães Hudson e Leonardo Silva para conversar.

Leonardo Silva São Paulo Atlético Libertadores (Foto: Marcos Ribolli)O árbitro Wilmar Roldán teve trabalho para conter a violência dos jogadores (Foto: Marcos Ribolli)

Edgardo Bauza decidiu manter a mesma equipe para o segundo tempo, mas, diante da necessidade da vitória, mexeu aos 18 minutos. Até então, o São Paulo havia criado duas chances de perigo, mas apenas em bolas paradas.

Neste momento, Michel Bastos saiu do banco de reservas para decidir a partida. O meia entrou na vaga de Kelvin, que, pelo lado esquerdo, não conseguiu repetir as boas atuações. Com experiência, colocou a bola no chão, deixou a equipe mais calma, mas ainda era pouco.

Em busca da vitória, São Paulo adotou postura mais ofensiva, mas ainda assim não dominou o Galo (Foto: GloboEsporte.com)Em busca da vitória, São Paulo ficou mais ofensivo, mas ainda assim não dominou o Galo (Foto: GloboEsporte.com)

O jogo era muito equilibrado. O Atlético-MG conseguia neutralizar o São Paulo e ainda chegava com perigo ao ataque. A última cartada de Bauza foi apostar na velocidade de Wilder pela direita, colocando Wesley novamente como volante. Nada adiantou.

A saída do São Paulo foi pelo alto. Ao ver a defesa do Atlético-MG desarrumada, Lucas Pratto tentou ajudar na marcação, mas derrubou Wesley na ponta esquerda do ataque tricolor. O próprio volante cobrou a falta, colocou na cabeça de Michel Bastos, que desviou ainda na primeira trave para definir a vitória, aos 34 minutos.

O gol desafogava o Tricolor, mas não houve tempo para sorrir. Na comemoração, uma grade do setor térreo cedeu, provocando a queda de 20 torcedores no fosso do Morumbi. Sete pessoas foram encaminhadas a três hospitais próximos ao estádio.