Quando o título do texto fala em “sofrer tanto”, a intenção não é dramatizar uma classificação que, na prática, apesar da derrota por 3 a 1, jamais correu riscos reais, mas lembrar erros como os cartões distribuídos (amarelos para Hudson, Calleri e Kelvin, e vermelho para Centurión) podem ser lembrados com desfalques nas próximas fases. O São Paulo começou o jogo contra o Toluca querendo que o relógio passasse diretamente do primeiro para o último minuto. É impossível.
Tudo bem que a vantagem de 4 a 0 conquistada brilhantemente no Morumbi deu à equipe certo conforto, mas era preciso “jogar o jogo”. Um jogo que os mexicanos impuseram por desespero de causa, e que só deu parcialmente certo pela falta de paciência e de inteligência do São Paulo.
Paulo Henrique Ganso ficou mesmo no banco e nem entrou no segundo tempo. Certamente haverá quem culpe a decisão de Edgardo Bauza pelo São Paulo ter jogado pouco, e é bem provável que o time criasse mais, em razão dos espaços gigantescos no campo de ataque, se o camisa 10 estivesse em campo. Mas isso não é razão para tanta desatenção.
Veja abaixo pecados que o time cometeu em razão do esquema ofensivo do Toluca:
Buracos nas laterais
Na imagem, Esquivel recebe absolutamente livre do lado direito. Essa imagem se repetiu durante quase todo o primeiro tempo. Por que? Culpar Mena é simples, ou simplista demais. O técnico José Cardozo lançou dois homens de área – Uribe e Triverio em cima de Maicon e Rodrigo Caio. Isso obrigou os laterais Bruno e Mena a se posicionarem mais fechados, para evitar que os zagueiros ficassem no mano a mano com os atacantes. Com as inversões rápidas, era necessário que Michel Bastos e Kelvin fizessem a recomposição com mais velocidade. Repare na imagem que Mena está se dirigindo à marcação, mas esses segundos de liberdade causaram profundo perigo ao São Paulo.
Triângulo desgovernado
Em La Paz, contra o The Strongest, a opção do Patón por três volantes funcionou à perfeição. Hudson, Thiago Mendes e Wesley conseguiram se manter sincronizados enquanto o adversário fazia a bola rodar de um lado para outro. Mas em Toluca… O ímpeto e a quantidade de mexicanos no campo de ataque bagunçou o movimento e criou espaços no meio. Nessa imagem, Hudson está bem aberto, Wesley avança no bote e Thiago Mendes está parado. A segunda linha de quatro até está bem postada, mas a compactação deles em relação a Hudson não é boa. Isso aconteceu no primeiro tempo, quando o Tricolor salvou-se como pôde.
Isolamento
Calleri passou o tempo todo muito isolado. Que não se justifique sua má atuação, até porque se ele tivesse conseguido segurar mais a bola, seria possível esperar que os companheiros se juntassem, mas, quando quiser usar o 4-1-4-1, Bauza tem de corrigir esse problema: o centroavante não pode ser peça decorativa. Calleri já havia sido em La Paz, quando decidiu numa cabeçada em bola parada. É preciso integrar o último “1” ao resto do time. Alan Kardec, quando entrou, também jogou mal e também sofreu com o posicionamento.
CenturiOUT
Nem se um tsunami invadisse a cidade de Toluca e só carregasse homens vestidos de branco, o São Paulo perderia a classificação àquela altura do campeonato. Altura em que Centurión cuspiu em Brambilla e foi expulso. A probabilidade de pegar um gancho maior do que um jogo é enorme. O argentino, que estava enterrado no plantel, ressurgiu com dois gols no Morumbi e havia entrado bem no México. Como se defender depois disso? Como defendê-lo? E se Bauza precisar de um jogador com suas características daqui pra frente?
Catimba. Por que?
É preciso fazer um reconhecimento: se antes jogar contra o São Paulo era moleza, a equipe sob o comando do argentino Edgardo Bauza tornou-se encardida. Chata. Isso é um mérito. Há brios. Mas é preciso que haja mais inteligência nesse quesito. As briguinhas, as rusgas, estão tirando jogadores de ação. Calleri, que havia sido expulso depois do apito final na Bolívia, tomou outro amarelo. Kelvin ficou caído por mais minutos do que era necessário, bicou o adversário, foi bicado, Wesley encarou e foi encarado. E o São Paulo precisava sofrer quatro gols para ser eliminado. Nessas condições, é hora de impor o seu ritmo e não sucumbir ao do franco-atirador.
O São Paulo sofreu mais do que precisava, mas está forte para as quartas de final.
Não entendi o nervosismo, ontem era para jogar lento, irritar os caras, cavar um expulsões.
Ainda bem que o Racing voou, os caras irism fazer com que esses bostas fossem expulsos aos montes.
É esse centuburron, aff