Capitão improvável: cinco razões para Hudson usar a faixa no São Paulo

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Alexandre Lozetti – GloboEsporte.com

Quando Rogério Ceni deixou os gramados, em dezembro do ano passado, uma das perguntas feitas pelos torcedores era quem seria o novo capitão do São Paulo. Apostava-se em Ganso, que usou a faixa na reta final do ano passado, Rodrigo Caio ou Alan Kardec, tratados como líderes da “nova era”, e alguns diziam que a volta de Lugano tornava essa dúvida uma tremenda barbada.

Nenhum deles herdou o posto. E, depois de ter passado por outros dois braços, pode-se dizer que a faixa de capitão tem, hoje, dia do primeiro jogo das quartas de final da Libertadores contra o Atlético-MG, no Morumbi, um dono improvável. Hudson nunca jogou na Seleção, não é craque, não faz muitos gols, não é ídolo da torcida e nem tem fama de xerifão. Então, por que o argentino Edgardo Bauza decidiu prestigiá-lo como “substituto” de Rogério Ceni?

O GloboEsporte.com te ajuda a entender:

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Joga todas

são paulo x oeste hudson (Foto: Marcos Ribolli)Hudson fez um gol contra o Oeste, na volta do São Paulo ao Morumbi, pelo Campeonato Paulista (Foto: Marcos Ribolli)

Para o argentino, a faixa de capitão não é apenas um símbolo, um incremento da camisa. É uma representação importante de identificação, e deve ser usada, portanto, por alguém que esteja regularmente em campo. Hudson disputou 25 dos 27 jogos do São Paulo neste ano. Se até o fim do ano passado ele tinha dificuldade de se firmar, e oscilava entre a lateral direita, posição em que foi vice-campeão brasileiro em 2014, e o meio-campo, com Bauza ele se tornou intocável.

Reprovados

Frame Denis expulso São Paulo The Strongest (Foto: Arte: GloboEsporte.com)Jogo contra o The Strongest, em que foi expulso, foi o último do goleiro Denis como capitão (Foto: Arte: GloboEsporte.com)

Quem começou a temporada como capitão foi Michel Bastos. Mas bastou a derrota para o The Strongest, no Pacaembu, na estreia da fase de grupos da Libertadores, para o meia se tornar o principal alvo dos protestos da torcida. Rolou até sósia com garrafa de cerveja na mão. Para preservá-lo, o Patón deu a faixa a Denis. Tudo ia bem até a falha contra o River Plate, na Argentina. Desde então, consecutivos erros expuseram o goleiro à desconfiança. O técnico aproveitou sua suspensão contra o Toluca para efetivar Hudson na função.

Raça

Toluca x São Paulo  Hudson (Foto: Reuters)Hudson participou de 25 dos 27 jogos do São Paulo na temporada: regularidade pesa a seu favor (Foto: Reuters)

São Paulo 0x0 César Vallejo. O jogo no Pacaembu se encaminhava para o fim, o resultado favorecia o time brasileiro, mas havia um clima de tensão no ar. Não podia sofrer gols. Em meio a isso, Hudson dava carrinhos no campo de ataque para tentar recuperar a posse de bola. Mesmo em tempos de marasmo, o volante foi responsável por contagiar a torcida em diversos momentos. Sua presença surpreendentemente frequente no campo de ataque, às vezes até na área adversária, foi uma mudança significativa promovida por Bauza. Entre erros e acertos, o camisa 25 tem sido constantemente elogiado pelo seu comportamento.

Maicon até junho

maicon São Paulo (Foto: Rubens Chiri / site oficial do São Paulo FC)Maicon tem contrato até junho. Se ficar, é forte candidato a ser capitão (Foto: Rubens Chiri / site oficial do São Paulo FC)

Se o zagueiro tivesse contrato em definitivo com o São Paulo, é muito provável que já utilizasse a faixa de capitão. Sua postura é tida como exemplar, a identificação com a torcida se deu de maneira rápida, sem falar na qualidade técnica demonstrada até aqui. Só que, como dito acima, Bauza espera que seu capitão esteja sempre em campo, valoriza essa figura. E Maicon só tem contrato até dia 30 de junho. Ele está emprestado pelo Porto e o clube brasileiro negocia sua aquisição. Enquanto isso não acontecer, dificilmente o jogador terá esse posto.

Perto de todos

Edgardo Bauza treino São Paulo (Foto: Érico Leonan/www.saopaulofc.net)Volante crê que posicionamento e comportamento pesam na decisão de Bauza (Foto: Érico Leonan/www.saopaulofc.net)

Hudson vê seu posicionamento como fator determinante para a escolha do Patón. No meio-campo, à frente da zaga e com chegada ao ataque, o jogador consegue estar sempre próximo de vários companheiros. Pode incentivar, cobrar e transmitir orientações dadas pelo banco de reservas. O volante também diz que seu bom relacionamento com todo o grupo é outro aspecto que o treinador pode levar em conta. Seja como for, se o São Paulo tiver êxito em mais seis jogos da Libertadores, Hudson, quem diria, poderá levantar uma taça.