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Após pressão dos clubes brasileiros, a Conmebol revelou aos clubes brasileiros quanto ganha com a Libertadores em reunião na semana passada na sede da CBF. O montante é de US$ 205 milhões (R$ 726 milhões) entre contratos de televisão e de marketing da competição e da Copa Sul-Americana. Entre eles, está um acordo com a empresa ISM, acusada de pagar suborno a cartolas em investigação nos EUA. A entidade informou que tenta romper esse contrato.
A Conmebol está sob pressão de clubes desde que estourou o escândalo de corrupção no futebol sul-americano em que foi revelado que três ex-presidentes da entidade levavam propinas em contratos, incluindo o da Libertadores. Por isso, os times criaram no final de 2015 a Liga Sul-Americana de clubes cujo objetivo é pressionar a confederação continental pelo aumento das cotas e pela transparência dos contratos.
Inicialmente, os times brasileiros participariam do grupo, mas praticamente romperam com o restante da América do Sul em reunião na quinta-feira. Antes disso, na terça-feira, os representantes dos clubes nacionais se encontraram com o presidente da Conmebol, Alejandro Dominguez.
Na ocasião, ele revelou que o contrato com a Fox, relativo a Libertadores e a Sul-Americana, totaliza US$ 175 milhões. Houve um aumento de US$ 40 milhões em relação ao compromisso anterior que era com a T & T Sports & Marketing, empresa da qual a Fox é sócia e que é acusado pelo FBI de pagar propinas a dirigentes. Em dezembro, o ex-presidente da Conmebol, Wilmar Valdez, tinha dito ao blog que o acordo valia US$ 150 milhões. Dominguez informou aos clubes que tentará negociar por novo aumento no acordo.
O outro contrato da Conmebol é a com a ISM (Internacional Soccer Marketing). A empresa paga US$ 30 milhões por todos os direitos de marketing da Libertadores, segundo informação da confederação. Dominguez garantiu que tenta romper esse acordo, mas ainda não conseguiu.
Explica-se: o relatório do Departamento de Justiça dos EUA acusa a ISM de pagar propinas aos ex-dirigentes da Conmebol Nicolas Leóz e Eduardo Delucca. Esses pagamentos começaram na década de 90 e foram até 2012, segundo as investigações. O dono da empresa é Zorana Danis que negociou os direitos da competição com a Toyota, Santander e Bridgestone.
O presidente da Conmebol ainda prometeu dar acesso aos contratos para os clubes brasileiros se eles requisitarem. Com o praticamente certo rompimento com a liga, os times brasileiros decidiram negociar diretamente com a confederação sul-americana.