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No ano em que a Fifa proibiu a participação de investidores em direitos econômicos de jogadores, sete dos 12 grandes clubes do Brasil encerraram a temporada passada distante da meta. Na soma, Botafogo, Flamengo, Fluminense, Grêmio, Palmeiras, Santos e São Paulo tiveram 758 jogadores, sendo que 569 (ou seja, 75,3%) tinham os direitos fatiados. Nenhum time detalha como é o fatiamento.
É o que revela os balanços patrimoniais dessas equipes – Atlético-MG, Cruzeiro, Internacional e Vasco não apresentaram essa informação, enquanto o Corinthians informou apenas o status dos jogadores que chegaram ao clube contratados.
O Palmeiras foi o clube que teve o melhor índice entre os rivais. De um total de 231 jogadores em 2015, 101 (43,7%) tinham 100% dos direitos econômicos pertencentes à equipe.
No balanço, a equipe alviverde listou não apenas os jogadores que fizeram parte do elenco profissional (83), mas também os que estão nas equipes sub-20 (48), sub-17 (46), sub-15 (29) e sub-14 (23), além dos jogadores emprestados para outras equipes (2).
Quanto mais jovem a categoria, maior é a participação da equipe. Por exemplo, no time sub-14, apenas um jogador (Luan Candido de Almeida) não tinha em 2015 100% dos direitos econômicos pertencentes ao Palmeiras – dono de 70%. Já no sub-15 são três atletasnesta situação – o clube têm 70% de dois e 60% de outro.
O São Paulo e o Botafogo aparecem logo em seguida sendo donos de 22% e 20,5% da totalidade dos direitos econômicas dos jogadores de 2015, respectivamente.
A equipe tricolor listou 84 jogadores que fizeram parte do elenco profissional e outros sete que já foram negociados, mas que ainda têm parte dos direitos vinculados ao clube. Alguns exemplos: 70% do meia Dener Clemente, cria da base tricolor e hoje no Portimonense; 35% de João Filipe, hoje no Avaí; e 20% de Rafael Toloi, hoje na Atalanta.
No elenco profissional, o atleta que o São Paulo tinha menor participação nos direitos econômicos era o volante Hudson, com apenas 20%.
Atrás de Palmeiras, São Paulo e Botafogo, está o Santos, que, apesar de ter muitos jogadores criados nas categorias de base, não conseguiu escapar de dividir os direitos.
Dos 81 jogadores presentes no balanço do clube santista, 67 tem os direitos fatiados e 14 não (ou seja, apenas 17,3%). Alguns jogadores já deixaram o clube como os atacantes Leandro Damião e Thiago Ribeiro, dos quais o Santos tinha 100% dos direitos.
Já a maior joia do atual elenco santista, o meia Lucas Lima, tem apenas 10% dos direitos econômicos ligados ao Santos.
O Grêmio é o clube que terminou 2015 com a menor participação nos direitos econômicos dos jogadores. Apenas três dos 44 listados no balanço eram 100% da equipe.
Vale lembrar que a regra da Fifa só tem validade nos contratos feitos após a aprovação da medida, isto é, 1º de maio de 2015. A entidade ainda permitiu aos clubes quatro anos para se adaptaram a nova legislação do futebol.
VEJA O ‘FATIAMENTO’ DOS CLUBES
Botafogo
88 jogadores registrados, 18 com 100% dos direitos, 70 com direitos fatiados
Flamengo
98 jogadores registrados, 10 com 100% dos direitos, 88 com direitos fatiados
Fluminense
123 jogadores registrados, 21 com 100% dos direitos, 102 com direitos fatiados
Grêmio
44 jogadores registrados, 3 com 100% dos direitos, 41 com direitos fatiados
Palmeiras
231 jogadores registrados, 101 com 100% dos direitos, 130 com direitos fatiados
Santos
81 jogadores registrados, 14 com 100% dos direitos, 67 com direitos fatiados
São Paulo
91 jogadores registrados, 20 com 100% dos direitos, 71 com direitos fatiados