Ganso joga! Veja por que o São Paulo, sem altitude, precisa dele para respirar

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GloboEsporte.com – Alexandre Lozetti, Marcelo Hazan e Marcelo Prado

Ganso São Paulo (Foto: Érico Leonan/saopaulofc.net)Ganso será titular do São Paulo nesta quarta-feira, contra o Atlético-MG, em BH (Foto: Érico Leonan/saopaulofc.net)

Time que Bauza costuma escalar com Ganso, no 4-2-3-1 (Foto: Arte: GloboEsporte.com)Time que Edgardo Bauza costuma escalar com Ganso, no 4-2-3-1

Ganso titular não é novidade. Mas, fora de casa, na Libertadores, não deixa de ser um ponto a se destacar. Ele começou no banco contra The Strongest e Toluca, últimos jogos do São Paulo longe do Morumbi no torneio.

Para a decisão da vaga na semifinal diante do Atlético-MG, nesta quarta-feira, no Independência, o talentoso meia está escalado. Qual o motivo? Qual a diferença?

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Fundamentalmente, a altitude. Em La Paz, o Tricolor não podia perder a 3.600 metros de altura. A dificuldade repetida a cada vez que um time brasileiro sobe à cidade boliviana fez com que Edgardo Bauza montasse uma estratégia especial para o jogo: trocar Ganso por Wesley, usar o 4-1-4-1 e, com três volantes, criar obstáculos para os circuitos de passes do adversário, fisicamente superior pelas razões naturais. Deu certo. Ganso entrou no segundo tempo, criou três chances de gol e ajudou a segurar o empate por 1 a 1, resultado que deu a classificação à equipe.

Na altitude, o Patón trocou Ganso por Wesley e adotou o 4-1-4-1 (Foto: Arte: GloboEsporte.com)Na altitude, o técnico tricolor trocou Ganso por Wesley e adotou o 4-1-4-1

Duas semanas depois, o São Paulo viajou ao México com a vantagem de 4 a 0. Nos 2.600 metros de altitude de Toluca, novamente Ganso ficou no banco. E nem precisou entrar. Com a vaga nas mãos o tempo todo, a equipe foi derrotada por 3 a 1. Passou com folga.

Em ambos os cenários, Patón entendeu que a presença de Ganso, reconhecidamente capaz de fazer o jogo girar com passes precisos, não faria o time ter a posse de bola. A questão física prevaleceria. Se fosse para marcar, neutralizar, anular, era melhor ter Wesley.

Em Belo Horizonte, o São Paulo terá de incorporar outros verbos ao seu glossário de jogo: pensar, criar, articular, construir. O cenário é bem parecido ao do jogo em La Paz. Um empate é suficiente para levar à semifinal. Uma derrota por um gol de diferença, desde que marque pelo menos um gol, também.

Só que o Galo é muito melhor do que o The Strongest.

 

Sem a bola, São Paulo marca com duas linhas de quatro e Ganso à frente, com Calleri (Foto: Arte: GloboEsporte.com)Sem a bola, São Paulo marca com duas linhas de quatro e Ganso à frente, com Calleri

Sem a temível altitude de La Paz ou a larga vantagem de Toluca, Bauza não pretende abrir mão da posse de bola. Em vez de passar 90 minutos à espera de uma bola, o São Paulo tentará equilibrar as ações. Se fizer um gol, obrigará o Atlético-MG a ter que fazer três.

Nesta Libertadores, Ganso marcou duas vezes, ambas fora de casa: em Buenos Aires e Valera, nos empates por 1 a 1 com River Plate e Trujillanos, respectivamente.

Nessas partidas, além dos gols, o meia surpreendeu pela participação sem a bola. Ativo, disposto, peça importante na marcação, ele correu o tempo inteiro. É isso que Patón espera e precisa dele na quarta-feira, para tê-lo em campo num jogo em que o rival tende a pressionar.

Ofensivamente, em tese, o São Paulo só tem a ganhar. Ganso pode fazer gols, dar assistências e participar das triangulações pelos lados, que têm sido decisivas. Defensivamente, ele se aproxima de Calleri para tentar neutralizar a saída de bola do Atlético-MG, enquanto os demais jogadores se armam em linhas de quatro.

Sem altitude, o São Paulo precisa de Ganso para não ficar sem ar. A torcida também.