Lesão em Wellington também atingiu a mulher: carreira de cantora adiada

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Juliana Alencar
Do UOL, em São Paulo

Mulher de atleta que é, Aline Martins sempre soube lidar com as lesões do marido, o volante são-paulino Wellington. Mas a mais recente delas doeu de um jeito especial: além da gravidade, ocorreu um mês antes do fim da suspensão por doping que o atleta cumpria desde novembro de 2015. Aos 25 anos, Wellington estava entusiasmado com a ideia de poder voltar a jogar no time que o revelou depois de quase duas temporadas emprestado ao Internacional.

“Foi uma falta de sorte muito grande, mas Deus sabe o que faz. Ele só quer trabalhar para voltar o quanto antes, mas não dá ainda para fazer nenhuma previsão”, explica Aline, citando as sessões no Refis, em dois períodos, todos os dias, que o jogador tem encarado nesse primeiro estágio de sua reabilitação. Wellington passou por uma cirurgia no início de abril após romper o ligamento cruzado anterior do joelho direito enquanto treinava no CT do São Paulo. “Virei um pouco enfermeira dele, já que ele ainda nem está conseguindo pisar. Mulher de jogador acaba vivendo mundo em função do marido.”

A lesão, no entanto, não adiou apenas o sonho de Wellington. O de sua mulher também teve que ficar para depois, De volta a São Paulo, Aline estava determinada a investir na carreira de cantora, iniciada de maneira discreta em 2015.  Foi em maio daquele ano que ela entrou num estúdio pela primeira vez para gravar duas canções inéditas: os pagodes “Vuco Vuco”  e “Só quero te amar”, um dueto com Rodriguinho, ex-Travessos.

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“Sempre sonhei em ser cantora e todo mundo me estimulava a seguir a carreira, inclusive o Wellington”, conta. “Tive a oportunidade de vir gravar os clipes num estúdio em São Paulo. Fez até um sucesso lá no Sul, mas não tinha como deixar a minha família lá para fazer show, cumprir a agenda de divulgação em São Paulo, onde tudo acontece.”

Em Porto Alegre, a aptidão para cantar da mulher de Wellington já era conhecida entre os colegas do Internacional antes mesmo do lançamento das duas canções. Nos encontros dos atletas, ela já costumava assumir o vocal nas rodas de violão. Certa vez, chegou até a fazer uma dupla com o goleiro Alisson num jantar dp grupo. O vídeo fez sucesso numa rede social.

Namoro começou na internet

Profissionalmente, Aline é Lyna Angel. O nome artístico já escondia as pretensões maiores: se lançar como uma cantora pop. “Curto pagode, é um ritmo que gostamos muito de ouvir. Mas acredito que o pop tem um mercado maior”, avalia ela, que espera o marido se recuperar para voltar a apostar na carreira. “Agora não é hora.  É um momento difícil para ele, não posso deixá-lo sozinho.”

Mãe do único filho do volante são-paulino (Lucca, de 2 anos), Aline conheceu Wellington pela internet, há cinco anos. O primeiro encontro deles acabou acontecendo num shopping, onde ela trabalhava como modelo. Ela tinha acabado de passar uma temporada na Itália, onde morou. “Ele apareceu lá, de surpresa. Depois disso, nunca mais nos separamos”, recorda-se.

Aline diz que o marido não é ciumento. E que, ao contrário, apoia que ela tenha sua própria vida. Foi ele quem investiu dinheiro para a gravação das duas primeiras músicas de trabalho. “Eu malho todos os dias, gosto de postar fotos no Instagram. Ele acha normal, não se incomoda, não”, afirma ela, que vê no apoio mútuo o segredo do casamento.

“Wellington passou por momentos muito difíceis, como quando caiu no doping. Eu sabia que não era culpa dele [a defesa alegou que a proteína que ele tomava estava contaminada com a substância diurética proibida]. Não foi fácil, como não está sendo agora com a lesão. Mas assim como eu apoio hoje, sei que posso contar com o apoio dele quando eu precisar”, encerra.