Não há muito tempo para o São Paulo celebrar o fato de ser o único paulista nas quartas de final da Copa Libertadores da América. Embora Edgardo Bauza se mostre satisfeito por já ter deixado o Tricolor entre os oito melhores clubes do continente, os próximos dias serão de trabalho sério para que o time chegue pronto ao duelo contra o Atlético-MG.
– Colocamos o São Paulo entre os oito melhores da América, o que não é pouca coisa. Agora vamos ver se podemos seguir avançando – disse Patón, logo após o revés por 3 a 1 para o Toluca (MEX) na última quarta-feira (como venceu por 4 a 0 no Morumbi, o time paulista se classificou).
A cautela do argentino pode ser justificada pelo histórico recente do São Paulo na Libertadores. Desde o tricampeonato em 2005, o clube disputou sete edições do torneio e foi eliminado em todas elas por equipes brasileiras. E o Galo, inclusive, foi um dos vilões do Tricolor no período. Foram quatro encontros em 2013, com apenas um triunfo na fase de grupos.
As equipes abriram e fecharam a chave na ocasião. No primeiro jogo, vitória mineira no Independência por 2 a 1, que ficou marcada por lance de malandragem de Ronaldinho Gaúcho para distrair Rogério Ceni em um dos gols dos mandantes. No Morumbi, o Tricolor aplicou 2 a 0 e avançou às oitavas na marra para encontrar o Galo novamente.
Foram dois triunfos dos alvinegros, que conquistariam o título mais tarde. Em São Paulo, os paulistas começaram melhor, abriram o placar com Jadson, mas uma expulsão do veterano Lúcio fez os atleticanos renascerem e virarem para 2 a 1. Na volta, de novo no Independência, show de Ronaldinho e companhia para uma goleada histórica por 4 a 1.
A primeira queda para brasileiros na Libertadores foi em 2006, na final contra o Internacional – derrota por 2 a 1 no Morumbi e empate em 2 a 2 no Beira-Rio. No ano seguinte, o Grêmio apareceu nas oitavas de final e avançou ao fazer 2 a 0 em Porto Alegre mesmo tendo perdido por 1 a 0 na capital paulista. Em 2008, o vilão foi o Fluminense, também derrotado por 1 a 0 no Morumbi, mas que conseguiu virada épica no Maracanã por 3 a 1, no último minuto.
Para terminar, o Cruzeiro passou fácil pelos são-paulinos em 2009 com duas vitórias nas quartas: 2 a 1 no Mineirão e 2 a 0 no Morumbi. Também em casa foi a queda para o Inter na semifinal de 2010, mesmo com a vitória por 2 a 1 – os gaúchos haviam vencido no Beira-Rio por 1 a 0. Já a última eliminação nacional foi de novo ante o Cruzeiro. Uma vitória por 1 a 0 para cada lado e triunfo mineiro nos pênaltis nas oitavas de final da Libertadores de 2015.
Não acho que seja um pesadelo não.
Em 2013, na fase de grupos, foi 1×2 e depois 2×0 no Morumbi. Teríamos eliminado o Galo, se fosse mata-mata.
Depois, pelas oitavas, não fosse a expulsão do estabanado Lúcio, a história daquele primeiro jogo teria sido diferente. SPFC estava muito bem no jogo e teria vencido a partida com um bom placar. Em Minas, só administraria o jogo (perdeu de 4×1 porque precisou se expor e acabou se desorganizando taticamente).
Se fizer uma partida tão boa quanto as três últimas que fez no Morumbi, deixaremos o Atlético-MG pelo caminho.
Em se tratando de Libertadores, desde que se faça o placar no primeiro jogo, sem tomar gols (1×0 que seja), considero mais negócio jogar essa primeira partida como mandante. Porque o segundo jogo É SEMPRE mais tenso para aquele que precisa vencer (Corinthians e Atlético sofreram um bocado nessa semana).