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Diego Salgado
Cuca em ação na segunda final do Paulistão 92: derrota no Morumbi e despedida
“Não fui levado a sério, o que me deixou muito chateado.” Foi com essa declaração que Cuca chegou ao Santos em janeiro de 1993, menos de um mês depois da despedida como jogador do Palmeiras. O adeus do então meia-atacante alviverde ocorreu contra o São Paulo, no Morumbi. Neste domingo, Cuca irá rever o cenário, agora como treinador palmeirense.
Em dezembro de 1992, Cuca vestia a camisa 8 do Palmeiras e atuava como titular da equipe treinada por Otacílio Gonçalves na decisão do Campeonato Paulista. O time alviverde, porém, não foi páreo para o São Paulo de Telê Santana, vencedor das duas partidas finais no Morumbi.
Com os resultados, o Palmeiras não conseguiu colocar fim naquele momento à fila de 16 anos sem títulos. Durante a passagem pelo clube, Cuca comemorou alguns gols mostrando a faixa de campeão. O fato ocorreu depois de um gol contra o Ituano, no Palestra Itália — ele disputou 24 partidas e marcou sete gols.
“A gente está pondo pedacinho por pedacinho, jogo a jogo, a faixa. Cada jogo é uma decisão, estamos vencendo os jogos. Se continuar assim, esse ano vai dar Verdão”, disse Cuca à Rede Globo, após a partida diante do Ituano, dia 30 de setembro de 1992.
O Palmeiras, naquela temporada, foi à fase final do Paulistão depois de Cuca balançar a rede contra o Bragantino. Depois, o time eliminou Corinthians, Guarani e Mogi Mirim em um quadrangular que dava vaga na decisão.
O São Paulo, então campeão da Libertadores, evitou o título tão aguardado. Com Cuca entre os titulares, o Palmeiras perdeu por 4 a 2 na partida de ida. No último jogo, disputado dia 20 de dezembro daquele ano, a equipe tricolor fez 2 a 1, no adeus do meia-atacante.
Sem renovação
À época, Cuca era dono do próprio passe. Sem espaço no Palmeiras, ele alugou-o ao Santos por 150 mil dólares. “Fiz um bom negócio porque conheço o time”, disse à Folha de S.Paulo antes da estreia diante da Portuguesa, no dia 23 de janeiro de 1993.
A mágoa de Cuca com o Palmeiras estava ligada, sobretudo, às declarações de dois dirigentes do clube. José Carlos Brunoro, gerente de esportes da Parmalat, havia afirmado dias antes que um atleta com a idade de Cuca não interessava ao Palmeiras — o atual treinador tinha 29 anos.
Já o diretor de futebol do clube, Gilberto Cipullo, justificou a saída dizendo que o Palmeiras queria um contrato de mais seis meses, enquanto Cuca queria acertar por um ano. “Antes de aceitarmos, ele acertou com o Santos. Cuca mostrou que não é um jogador para o Palmeiras”, disse.