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Luciano Borges
São Paulo e Palmeiras vão se enfrentar neste domingo, no estádio do Morumbi, sem a presença de palmeirenses uniformizados. Nem a mudança de secretario de segurança pública de São Paulo, saindo Alexandre de Moraes e entrando Mágino Barbosa Filho, alterou a determinação de clássicos com uma torcida só, a do mandante.
As últimas ações da área de segurança do Estado de São Paulo (proibições e a Operação Cartão Vermelho que terminou com 27 prisões) foram tomadas com a participação e aprovação de Barbosa nas reuniões. Ele era secretario adjunto de Alexandre de Moraes.
Assim, a partida válida pela quarta rodada do Campeonato Brasileiro vai marcar a estreia do “torcida única” entre grandes paulistanos.
“Na decisão do Campeonato Paulista, entre Santos e Palmeiras, na Vila Belmiro, tivemos uma torcida só e não tivemos um problema sequer. Nada de briga, bombas caseiras, cavalaria, tropa, nada. Não teve conflito”, comemora o promotor público Paulo Castilho.
Responsável pelo Juizado do Torcedor, Castilho repete que o torcedor comum do visitante não está proibido de entrar no estádios. “Já nesta partida entre Santos e Palmeiras, alguns palmeirenses, descaracterizados, estavam lá. Não houve problema”, falou ao Blog do Boleiro.
O alvo da medida são exatamente as torcidas uniformizadas. “A decisão de ter uma só torcida nos clássicos é para tirar a presença de 1.200 organizados que são a linha de frente destas torcidas. Só a presença delas nos estádios obriga a aumentar o número de policiais militares”, disse.
“E esta escolta policial gigante não é para dar proteção aos integrantes da torcida. É para esta torcida não causar danos nos outros”, explicou.
A torcida única é o primeiro passo para diminuir conflitos entre torcedores de clubes grandes.
O Ministério Público já pensa em outra proposta: seguir o exemplo do que já acontece no Grenal, no Rio Grande Sul, e criar espaços nos estádios para torcidas mistas. “Mas esta medida cabe à CBF, às Federações e aos clubes elaborarem um projeto deste espaço misto. Ele pode começar destinando 10 por cento dos ingressos para pessoas que torcem por seus clubes e não são de organizadas nem vão ao estádio para brigar”, disse Paulo Castilho.
Sob a pressão, a organizada Mancha Alviverde decidiu que nem vai organizar um evento para reunir seus integrantes e torcerem pela tevê. “Nossa orientação é que cada um faça o que achar melhor. Nada de sair dos bairros. Não vamos reservar um lugar, nem levar todo mundo para nossa quadra. Queremos evitar problemas”, afirmou Nando Nigro, presidente da torcida.