São Paulo precisa combater velhos erros para evitar 4ª eliminação pós-1×0

109

Alexandre Lozetti – GloboEsporte.com

Ganso São Paulo Atletico (Foto: Marcos Ribolli)Ganso se prepara antes de fazer lançamento contra o Galo, no Morumbi (Foto: Marcos Ribolli)

Mata-mata de Libertadores: sim
Rival brasileiro: sim
Primeiro jogo no Morumbi: sim
Vitória do São Paulo por 1 a 0: sim

O roteiro de 2016 começou a ser escrito de maneira idêntica aos de 2007, 2008 e 2015. A missão é fazer com que o fim seja diferente. O triunfo sobre o Atlético-MG, na última quarta-feira, deixou a equipe na mesma situação que havia ficado contra Grêmio, Fluminense e Cruzeiro. Só que, nos anos anteriores, o Tricolor não conseguiu manter a vantagem e foi eliminado fora de casa.

As vitórias por vantagem mínima no Morumbi não foram suficientes. Fora de casa, a equipe foi dominada. Em 2007, no Olímpico, assistiu ao Grêmio jogar. Em 2008, teve a vaga na mão no Maracanã, mas acabou eliminado no último minuto pelo Fluminense. No ano passado, o Cruzeiro jogou muito mais, levou a decisão para os pênaltis e se deu melhor no Mineirão.

Publicidade

Para se classificar à semifinal na próxima quarta-feira, no Independência, o São Paulo poderá empatar ou ser derrotado por um gol de diferença, desde que faça pelo menos um gol. Se o Galo vencer por 1 a 0, mais uma vez, as penalidades vão definir a vaga.

Veja os pecados que o Tricolor cometeu nesses outros anos e não pode repetir em 2016:

Grêmio x São Paulo no dia 09/05/2007 (Foto: EFE)São Paulo perdeu para o Grêmio no antigo estádio Olímpico e caiu fora da Libertadores de 2007 (Foto: EFE)

Teimosia

A defesa era o grande trunfo do São Paulo em 2007. Por isso, com a vantagem em mãos, imaginou-se que Muricy Ramalho apelaria aos três zagueiros. Ele foi aconselhado pelo auxiliar, por alguns dos principais jogadores e até mesmo pelo presidente Juvenal Juvêncio a escalar André Dias no lugar de algum dos meio-campistas. Não aceitou e manteve o time que havia vencido por a 1 a 0 no Morumbi (veja abaixo). A equipe foi dominada. O Grêmio de Mano Menezes fez 2 a 0 e se classificou. Foi um momento difícil para Muricy, que resistiu à pressão interna e terminou o ano sendo campeão brasileiro mais uma vez.

campinho São Paulo 2007 (Foto: Arte: GloboEsporte.com)

Posse de bola

O São Paulo não fez questão de ter a bola em nenhum dos jogos. Por mais normal que fosse o domínio dos mandantes, ainda mais precisando da vitória, a equipe se permitiu ser controlada. Em momentos importantes, não usou a cabeça. Em 2008, por exemplo, o Fluminense vencia por 2 a 1, resultado que classificava os paulistas. Adriano, o Imperador, em vez de segurar a bola no campo de ataque nos minutos finais, arriscou uma jogada e foi desarmado. No contra-ataque, escanteio e gol de Washington. Uma das eliminações mais doloridas do clube.

Fluminense x São Paulo no dia 21/05/2008 (Foto: André Durão)Desolados, jogadores do São Paulo lamentam derrota para o Fluminense no Maracanã em 2008 (Foto: André Durão)

Ataque x defesa

Uma semana depois de o São Paulo ter dominado o Cruzeiro no Morumbi e vencido por apenas 1 a 0, o público viu um jogo de um time só no Mineirão. Do time de azul. O São Paulo, que vivia bom momento sob comando do interino Milton Cruz no ano passado, teve enorme dificuldade de chegar ao gol adversário. Como se confiasse tanto em sua defesa, a ponto de não sofrer um gol sequer, esperou que os 90 minutos passassem. Tal postura havia sido semelhante em 2007, contra o Grêmio. Ficou claro que jogar apenas para ver o tempo passar não leva a lugar algum.

Cruzeiro x São Paulo (Foto: Rubens Chiri/saopaulofc.net)Corrente do São Paulo não deu certo e time foi eliminado pelo Cruzeiro nos pênaltis (Foto: Rubens Chiri/saopaulofc.net)

Talento e experiência no banco

No ano passado, Luis Fabiano entrou no segundo tempo e foi protagonista da melhor chance de gol do São Paulo. Em 2007, Jorge Wagner, sob alegação de estar sem ritmo de jogo por uma lesão recente, ficou no banco contra o Fluminense, no Maracanã. Em 2006, Dagoberto estreou no primeiro jogo ao entrar no intervalo, no Morumbi. Na semana seguinte, mesmo com a ótima atuação anterior, voltou a ficar no banco e entrar depois do primeiro tempo em que o ataque inexistiu. Em jogos decisivos, abrir mão de jogadores talentosos e experientes pode custar caro. Nos dois últimos jogos fora de casa na atual competição, Ganso foi reserva…

Equipe apática

Em nenhuma dessas situações o São Paulo parecia disputar uma classificação de Libertadores. A vantagem de 1 a 0 obtida em casa deu, fora de casa, uma postura blasé, tacanha. Enquanto o adversário se comportou com sangue nos olhos em busca da vaga, como fará diante de sua torcida o Atlético-MG, para o Tricolor paulista parecia ser apenas mais um jogo. Um time andou, o outro engoliu. Na próxima quarta-feira, será fundamental ter, além de futebol, atitude.

Bauza São Paulo (Foto: Marcos Ribolli)Bauza tem a missão de evitar que erros se repitam depois de vantagem de 1 x 0 no primeiro jogo (Foto: Marcos Ribolli)