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Alexandre Lozetti e Felipe Schmidt
Revelado pelo São Paulo, volante, destaque do Real Madrid na Liga dos Campeões, atribui sua disciplina no futebol europeu à convivência com o auxiliar pontual do Brasil
Quando fez as malas para se apresentar à seleção brasileira com atraso de uma semana, o campeão europeu Casemiro não se esqueceu de colocar uma camisa do Real Madrid. Ostentar o 11º título conquistado pelo clube na Liga dos Campeões? Nada disso. O objetivo era presentear um velho companheiro que pegou muito no seu pé no início da carreira.
A camisa galáctica está agora nas mãos de Rogério Ceni, auxiliar pontual da comissão técnica nesta Copa América Centenário. Ambos atuaram juntos no São Paulo entre 2010, quando o volante foi promovido das categorias de base, e janeiro de 2013, data de seu empréstimo para o Real Madrid, que acabou exercendo a opção de compra meses depois.
O ex-goleiro, principal ídolo da história do clube paulista, acabou sendo um dos maiores “tutores” de Casemiro. Visto pela própria diretoria como um jogador “marrento”, o volante, atual destaque do Real Madrid, elogiadíssimo pelo técnico Zinedine Zidane, ouviu cobranças e mais cobranças de Ceni para que tivesse uma postura mais profissional.
Horário de treino, seriedade nas atividades, postura dentro e fora de campo. Tudo isso foi muito cobrado pelo goleiro. Naquela época, a diretoria do São Paulo enxergava em Casemiro um grande talento, mas não soube como domá-lo da maneira certa para que ele pudesse render dentro de campo. Sua transferência rendeu ao clube cerca de R$ 16 milhões.
Se na época a diferença de idade causou alguns choques, hoje, com status bem diferente no cenário europeu, Casemiro diz ser extremamente grato a Ceni. Segundo ele, foi o goleiro quem o ensinou aspectos importantes de comportamento, como a pontualidade e a obediência tática, que o fizeram se destacar no Velho Continente.
No ano passado, convocado para a Copa América do Chile, enquanto era destaque emprestado ao Porto, Casemiro já havia manifestado seu desejo de telefonar para Ceni e agradecer. Não o fez e também nem entrou em campo naquele torneio, em que o Brasil acabou eliminado pelo Paraguai, nos pênaltis, nas quartas de final.
Agora é diferente. Além de conviver diariamente ao lado do velho companheiro, Casemiro levou seu “souvenir” e é titular da seleção brasileira. Será também na partida desta quarta-feira, contra o Haiti, às 20h30 (horário de Brasília), em Orlando. O jogo terá transmissão da TV Globo, do SporTV e do GloboEsporte.com, que também vai acompanhar em Tempo Real.